Polícia do Rio realiza operação contra jogos de azar online de grupo ligado a Adilsinho
Esquema utilizou empresas de fachada e laranjas para movimentar cerca de R$ 130 milhões em três anos; contraventor não é alvo de buscas

Emanuelle Menezes
com SBT Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, na manhã desta quinta-feira (16), uma operação para desarticular um esquema criminoso que explora jogos de azar online e comete fraudes contra apostadores. Criminosos ligados ao contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho – apontado como chefe da chamada "máfia do cigarro" –, são alvos da Operação Banca Suja.
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De acordo com as investigações, a organização movimentou mais de R$ 130 milhões em apenas três anos. A operação é conduzida pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) e cumpre mandados de busca e apreensão na capital, em Duque de Caxias e Belford Roxo.
Além das buscas, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 65 milhões em contas bancárias, o sequestro de R$ 2,2 milhões em veículos – entre eles oito carros de luxo – e a apreensão de novos bens localizados durante as diligências.
O objetivo é enfraquecer a base financeira da quadrilha e impedir que os lucros ilegais continuem sendo reciclados por meio de empresas de fachada. Segundo a polícia, o grupo dissimula os ganhos ilícitos com transferências fracionadas e operações simuladas, utilizando diversas contas bancárias e ramos de atividade para dar aparência de legalidade aos valores.
Ligações com a máfia do cigarro e o PCC
As investigações apontam que o grupo mantinha fortes conexões com a "máfia do cigarro", rede criminosa chefiada pelo contraventor Adilsinho e associada a contrabando, corrupção e financiamento de atividades ilícitas. Citado em outras investigações como integrante da nova cúpula do jogo do bicho no Rio, Adilsinho não é alvo de buscas nesta quinta-feira.

Também foram identificadas ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), por meio de empresas que comercializavam filtros de cigarro e recebiam transferências de companhias vinculadas ao núcleo principal da organização.
"Identificamos empresas que movimentaram milhões em poucos meses, atuando como fachada para dar aparência de legalidade a recursos do crime", explicou o delegado Renan Mello, da DCOC-LD.
A polícia também investiga a participação do grupo em homicídios de rivais para manter o controle sobre territórios e negócios ilegais na Baixada Fluminense.