PM envolvido em abordagem racista no Rio nega uso de fuzil
Sargento disse em depoimento que havia recebido uma denúncia de roubo momentos antes da abordagem; agente diz que a dupla não usava câmeras corporais
Os dois policiais militares envolvidos na abordagem racista sofrida por filhos de diplomatas de três países — Canadá, Gabão e Burkina Faso — compareceram nessa quinta-feira (11) na Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat). Um deles optou por não prestar depoimento e disse que só vai falar na presença do advogado.
O outro, o sargento Sérgio Regattieri Fernandes Marinho, que atua no batalhão do Leblon, na zona sul do Rio, relatou que ele o parceiro não estavam com fuzis e que não usavam câmeras corporais.
A nota divulgada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro na semana passada dizia o contrário. Segundo o órgão, os policiais envolvidos na ação portavam câmeras corporais e as imagens seriam analisadas para constatar se “houve algum excesso por parte dos agentes”.
De acordo com o agente, no momento que realizavam uma patrulha por Ipanema, três homens – um deles estrangeiro – contaram que um grupo de jovens havia roubado o cordão do turista.
Durante a abordagem aos quatro jovens, um dos policiais chegou a machucar o pé de um deles. No depoimento, Sérgio Marinho negou ter tido qualquer tipo de contato físico com os adolescentes.
O único brasileiro do grupo é filho de servidores públicos. Em entrevista ao SBT, a mãe do jovem, que é branco, diz que o motivo da abordagem foi por conta da cor dos outros três rapazes, todos negros.
Em depoimento, o policial afirmou que, se o grupo fosse “composto” apenas por pessoas brancas, a abordagem seria a mesma.