Peixes ornamentais modificados para brilhar no escuro são apreendidos em megaoperação do Ibama
Ação teve como um dos principais alvos o município de Muriaé (MG), onde houve, em 2022, a constatação de peixes transgênicos em vida livre nos rios da região
SBT News
Quase 60 mil peixes ornamentais geneticamente modificados para brilhar no escuro foram apreendidos durante uma mega operação do Ibama em sete estados e no Distrito Federal. A ação teve como um dos principais alvos da fiscalização o município de Muriaé (MG), onde houve, em 2022, a constatação de peixes transgênicos em vida livre nos rios da região.
O foco foi em organismos geneticamente modificados (OGM), no caso os peixes ornamentais transgênicos, que são comercializados sem autorização no Brasil. Os agentes encontraram variedades das espécies paulistinha, tetra-negro e beta modificados geneticamente para emitirem fluorescência por meio da inserção de genes de anêmonas ou de águas-vivas, o que fez com que ficassem com cores fortes, com capacidade de bioluminescência quando submetidos à luz ultravioleta.
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Segundo o Ibama, essas características têm atraído a atenção e tornado esses peixes muito populares entre os aquaristas ao redor do mundo. Contudo, A importação, a manutenção e o comércio dessas variedades transgênicas não são permitidos no Brasil, uma vez que esses organismos não passaram por uma avaliação de risco e não possuem liberação comercial emitida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
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Os riscos ambientais relacionados à utilização de OGM, segundo o Ibama, dizem respeito principalmente à liberação desses animais na natureza. De acordo com o órgão, a bioinvasão de espécies exóticas por si só já pode causar um grande desequilíbrio nos ambientes em que se estabelecem. Por serem geneticamente modificadas, há ainda o fato de não se saber o dano ambiental que isso pode causar.
As multas para quem comercializa ilegalmente peixes ornamentais geneticamente modificados podem variar de R$ 60 mil a R$ 500 mil, enquanto a eventual liberação desses peixes no meio ambiente pode ser considerada multa gravíssima, variando de R$ 500 mil a R$ 1,5 milhão.
Na operação desta sexta-feira (21), foram realizados 36 autos de infração, que totalizam R$ 2,38 milhões em multas.