Nota fiscal de arma, imagens destruídas e carro dublê: após provocação de Cupertino, promotoria apresenta provas
Depois de cinco anos do crime, julgamento de acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais dele deve acabar nesta sexta-feira (30)
Fátima Souza
Fabíola Corrêa
Derick Toda
A primeira etapa do segundo dia de julgamento de Paulo Cupertino, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais dele, finalizou com a promotoria apresentando novas provas contra ele.
Segundo o Ministério Público, três dias depois dos assassinatos, a polícia encontrou no escritório de Cupertino munições deflagradas da arma calibre 38, utilizada no crime. Na casa dele, os agentes localizaram munições ainda intactas. Além disso, a equipe de investigação encontrou uma nota fiscal da compra de uma pistola no nome do acusado.
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A promotoria apresentou a tese ao júri desafiando a versão de Cupertino. Na quinta-feira (29), ele negou a autoria do assassinato, alegou que não teria motivos para cometer o crime e provocou os promotores, duvidando da apresentação das provas.
Um dos argumentos de Cupertino era a falta de imagens que o colocassem na cena do crime – que ocorreu em frente à sua casa. No entanto, segundo o Ministério Público, um equipamento que armazenava as imagens das duas câmeras de segurança da casa ficava no escritório do acusado e foi arrancado pelo irmão dele.
A promotoria também informou que o carro usado por Cupertino no dia do crime era um carro roubado, com placa dublê. Por isso, ele não teria estacionado na frente da casa, como de costume. A argumentação ao júri inclui crimes como porte ilegal de arma e roubo, que podem agravar a pena do acusado.
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A defesa do réus é apresentada ao júri na desta sexta-feira (30). Ainda pode ocorrer réplica e tréplica. Só depois da fase de debates entre acusação e defesa o conselho de sentença vai se reunir em uma sala secreta para votar sobre a condenação ou absolvição dos réus.
Além de Cupertino, dois homens são julgados por ajuda na fuga dele, que ficou três anos foragido da Justiça.
Depois da reunião do conselho, o juiz decide a pena, em caso de condenação, redige o texto e faz a leitura da sentença.
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