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Polícia

Justiça revoga prisão de influenciador acusado de matar recém-casado atropelado no Rio

Vitor Belarmino responderá em liberdade com medidas cautelares; ele ficou foragido por 10 meses após o acidente que matou Fábio Kikuta, em julho de 2024

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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro revogou, na quinta-feira (29), a prisão preventiva do influenciador Vitor Belarmino, acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta horas após o casamento da vítima. O acidente aconteceu em julho de 2024, na orla do Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.

Com a decisão, Belarmino passa a responder ao processo em liberdade, desde que siga uma série de medidas cautelares, entre elas estão a apresentação mensal à Justiça para justificar suas atividades, a proibição de dirigir, a entrega da carteira de habilitação e o impedimento de frequentar estabelecimentos noturnos entre 22h e 6h. Também estão vedados o contato com a viúva e testemunhas do caso, além da proibição de se ausentar da comarca por mais de 30 dias sem autorização e a exigência de manter o passaporte recolhido.

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O Ministério Público argumentou que Belarmino ficou foragido por cerca de 10 meses, justamente no período principal de coleta e análise de provas. O órgão ainda defendeu que há testemunhos importantes a serem colhidos para a conclusão do caso. Mesmo assim, a juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis considerou que os fundamentos que justificaram a prisão no ano passado não se aplicam mais ao momento atual, destacando que não há indícios de que Belarmino represente ameaça à investigação ou à ordem pública.

Um dos pontos que pesou para a decisão da magistrada foi o histórico do acusado. Embora a carteira de habilitação de Belarmino registre 97 infrações, a juíza ressaltou que apenas 11 delas são diretamente atribuídas a ele, e nenhuma envolve direção perigosa em alta velocidade. Além disso, o influenciador é réu primário e possui antecedentes "favoráveis" suficientes para substituir a prisão por medidas alternativas.

Em novembro de 2024, foram divulgadas imagens do dia do acidente que mostram o acusado saindo de uma festa por volta das 23h30, acompanhado de cinco mulheres e uma menor de idade. Segundo a perícia, o veículo estava a 109 km/h em um trecho onde a velocidade máxima permitida é de 70 km/h.

Na época do crime, o advogado de Belarmino, Gabriel Habib, explicou que o acusado não estava alcoolizado e que dirigia dentro da velocidade permitida na via. Ele também justificou que seu cliente chegou a parar o veículo depois do atropelamento, mas não voltou ao local do acidente, pois "ficou em choque no momento, sem reação, e teve medo de linchamento porque viu que populares começaram a se aglomerar no local", disse Habib.

Relembre o caso

Fábio Toshiro Kikuta, fisioterapeuta de 40 anos, morreu atropelado em 13 de julho de 2024, enquanto caminhava de mãos dadas com a esposa na Avenida Lúcio Costa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. A mulher não foi atingida.

O casal havia se casado horas antes e saído para um passeio na orla após deixarem as malas no hotel. O acidente aconteceu cerca de 20 quilômetros do sítio onde foi realizada a cerimônia de casamento.

Segundo as investigações, o veículo envolvido no acidente, uma BMW, era dirigido pelo influenciador Vitor Vieira Belarmino, conhecido nas redes sociais por vídeos de embaixadinhas. Ele fugiu do local sem prestar socorro. O veículo foi encontrado pouco depois em uma casa no mesmo bairro e apreendido por agentes da Polícia Militar.

Belarmino só se entregou à polícia dez meses após o acidente.

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