Justiça concede liberdade a atropelador acusado de matar duas jovens em São Caetano
Caso ganhou repercussão nacional; Brendo dos Santos Sampaio, denunciado por duplo homicídio, vai a júri popular de tornozeleira e proibido de dirigir

Marcos Guedes
A Justiça de São Paulo concedeu, nesta sexta-feira (26) liberdade a Brendo dos Santos Sampaio, acusado de atropelar e matar duas jovens em abril deste ano, em São Caetano do Sul, no ABC Paulista.
Preso desde o acidente, Brendo deve deixar o Centro de Detenção Provisória II, em Guarulhos, ainda nesta sexta-feira (26). A decisão que determinou a soltura de Breno também impôs medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição de dirigir.
A decisão foi assinada pelo juiz Pedro Corrêa Liao, da 2ª Vara Criminal e de Crimes Contra a Vida. O magistrado determinou ainda que Brendo não ultrapasse o raio de 50 km de sua residência e mantenha distância dos familiares das vítimas e das testemunhas do caso.
Dias antes, em 19 de setembro, o mesmo juiz havia determinado que o réu fosse julgado pelo Tribunal do Júri. Brendo responderá por duplo homicídio qualificado com dolo eventual e pela qualificadora de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
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Dinâmica do acidente
O atropelamento ocorreu em 9 de abril de 2025. Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa atravessavam a faixa de pedestres quando foram atingidas pelo Honda Civic conduzido por Brendo. Laudos apontam que o carro estava a 108 km/h, na avenida que tinha o limite de 60 km/h. Os documentos também revelaram que o carro tinha modificações que elevaram sua potência para 233 cavalos.
Imagens captadas por câmeras de segurança mostraram o momento exato do impacto entre o carro e as jovens. As vítimas foram arremessadas a mais de 47 metros de distância.
Durante depoimento, Brendo contou que acelerou apenas para passar em um semáforo e negou ter participado de um racha. A investigação policial não conseguiu confirmar a hipótese de corrida ilegal.
Outro lado
Em nota, a defesa de Brendo informou que "reitera o seu compromisso com a elucidação completa dos fatos e informa que as questões relativas ao mérito da ação penal, especialmente a discussão sobre a classificação jurídica da conduta (homicídio com dolo eventual ou culposo), serão debatidas no Juízo competente".