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Polícia

Igor Peretto: áudios de Marcelly após o assassinato contrariam versão da polícia

Veja trechos em que a irmã do comerciante morto revela uma briga entre ele e Mário Vitorino; investigação acredita em crime premeditado

Imagem da noticia Igor Peretto: áudios de Marcelly após o assassinato contrariam versão da polícia
Igor e Marcelly Peretto | Montagem/Reprodução
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A Polícia Civil extraiu áudios do celular de Marcelly Peretto após a morte do irmão, Igor Peretto. Eles contam uma versão destoante da reconstituição do caso. O comerciante, foi encontrado morto no apartamento dela, dia 31 de agosto, vítima de 40 facadas.

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Marcelly diz nestes áudios que a noite tomou um rumo inesperado quando Mário Vitorino, com quem ela alegava ter terminado há três meses, chegou com Igor Peretto em seu apartamento. A atmosfera teria se tornado tensa quase instantaneamente, com discussões acaloradas sobre uma traição e acusações mútuas.

“Eu estava deitada na cama, já pronta para dormir. Os dois já entraram meio que discutindo, se riscando, porque o Igor viu uma ligação da Rafaela para o Mário no carro. E ele perguntou, ‘o que minha mulher está te ligando nessa hora?’ O Mário pegou e falou que era de um assunto que tinha meu e dele. Que a Rafaela obrigou ele a contar que ele tinha ficado com uma outra menina. Com essa tal de Lua que ele ficou. E a Rafaela tinha obrigado ele a contar. Ele contou essa versão com o Igor. E o Igor começou a gritar, falando que não era isso, que ele estava mentindo”, diz Marcelly no áudio.

Ela conta que o Igor supostamente estaria sob efeito de álcool e quebrou um espelho aumentando a tensão. E que, por isso, Mario pegou uma faca e feriu Igor. Além disso, Marcelly relata ter sido ameaçada e obrigada a acompanhar Mario, que a levou para seu apartamento e depois para outro local.

“Aí pegou e falou assim. ‘Agora tu tem que ir comigo’. Tipo, meio que me ameaçou, Me puxando com a faca na mão. Aí tive que descer com ele. A mão dele toda aberta. Aí a gente, desceu a escada. Ele me puxando. Aí fez eu entrar dentro do carro com ele. Aí, tipo, a gente foi no outro apartamento dele. Ele me deixou dentro do carro”, relata.

No carro, ela relata que Mario ligou para Rafaela da Silva, confessando o crime e pedindo ajuda. Ela também alega que tentou confrontar Mario.

“Aí ele ligou pra Rafaela falando, falando: ‘eu fiz merda. Eu fiz merda. Aí, ele ficou falando com a Rafaela na ligação. Eu comecei a discutir com ele no carro. Porque estava só eu e ele. E ela estava em outro carro porque já tinha ido embora. Quando ele chegou, ela não estava. E aí ele encontrou com ela na pista. E eu no carro. Eu falava ‘eu quero descer, eu quero descer’ tipo, gritando com ele, batendo nele. ‘O que que aconteceu? Quero descer. Eu não vou ser cúmplice de vocês’“.

O que dizem a Polícia Civil e o MP?

A apuração da Polícia Civil contraria a versão que Marcelly apresenta em diversos pontos. Na descrição do inquérito, o Ministério Público aponta que ela, Mario e Rafaela estavam em um triângulo amoroso que resultou no assassinato brutal do comerciante Igor Peretto.

Segundo a Polícia Civil, Rafaela apagou muitos dados do seu aparelho celular antes de se apresentar.

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De acordo com o Ministério Público (MP), o crime foi resultado de um plano elaborado por seu cunhado, Mario Vitorino da Silva Neto, sua irmã, Marcelly Marlene Delfino Peretto e sua esposa, Rafaela Costa da Silva.

Na noite do crime, os quatro envolvidos estiveram juntos em uma festa. Após a celebração, as duas mulheres foram ao apartamento de Marcelly, onde trocaram carícias. Em seguida, Igor e Mario também foram para o local, atraídos por mensagens de Rafaela.

Rafaela deixou o apartamento pouco antes da chegada dos dois homens. No interior do imóvel, uma discussão acalorada se iniciou, e Mario, com a ajuda de Marcelly, que presenciou toda a cena, desferiu diversos golpes de faca em Igor Peretto.

Em nenhum momento o relatório policial cita que Marcelly teria sido ameaçada, coagida ou que tenha confrontado os demais envolvidos.

Marcelly, embora negue qualquer participação no homicídio de seu irmão, saiu da cena do crime com as roupas manchadas de sangue e com as unhas quebradas.

Segundo o delegado responsável pelo caso, em tese não é compatível com a descrição de que teria ficado no quarto e não se envolvido, e que apenas teria visto o desfecho da situação.

Ele também aponta que as supostas contradições no depoimento põem em dúvida até que ponto estaria envolvida na ação que culminou no assassinato de Igor, e na omissão, não sendo descartada a possibilidade de que ela tenha golpeado o irmão.

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