Dono de chácara onde 3 morreram eletrocutados diz que não tinha noção do risco
Elmon Cavassin afirmou que ele próprio frequentava a piscina onde se deu a fatalidade. Local funcionava como parque aquático, mas não tinha alvará
Sérgio Júnior
A Polícia ouviu nesta terça-feira (6) o depoimento do dono da chácara onde três pessoas morreram eletrocutadas dentro de uma piscina, na região metropolitana de Curitiba (PR). O local não tem alvará, mas funcionava como uma espécie de parque aquático.
O proprietário da chácara chegou com a família e o advogado para prestar depoimento. Ele disse que não imaginava que a fiação elétrica pudesse se romper sobre a piscina, depois de ser atingida por um galho de árvore durante uma ventania.
"Se nós tivesse (sic) esse entendimento, que a gente não tinha, do risco que esse fio viesse a causar, jamais colocaria minha filha, minha família, eu mesmo curto aquele espaço", disse Elmon Cavassin, proprietário da chácara.
O advogado Leandro Grudina afirmou que Elmon está dando suporte para as famílias das vítimas e que o poste e a fiação elétrica não são de responsabilidade dele.
A Companhia Paranaense de Energia, concessionária que atua na região da chácara, em Rio Branco do Sul, região metropolitana de Curitiba, disse que não possui gestão sobre o local.
A polícia aguarda o resultado da perícia, que deve apontar se houve ou não falha humana na manutenção elétrica na chácara. Segundo a investigação, a mesma fiação já havia se rompido em outra oportunidade. "Até que ponto isso auxiliou ou não no novo rompimento vai ser esclarecido na confecção do laudo", disse o delegado Gabriel Fontana.
Roseli da Silva Santos, de 40 anos, e os filhos Emily Raiane de Lara, de 23, que estava grávida, e Agner Cauã Coutinho dos Santos, de 17, morreram eletrocutados no último domingo (3). Nove pessoas que ficaram feridas seguem internadas nos hospitais da região.
A chácara, que havia sido alugada para um grupo de cerca de trinta pessoas, não tem alvará de funcionamento para parque aquático. Ela foi cadastrada na junta comercial como prestadora de atividade de limpeza.
"Foi procurado um profissional de contabilidade pra fazer esse cadastro. A princípio, por não ter esse conhecimento técnico, os proprietários solicitaram esse serviço e receberam o cadastro pronto, com todas as informações dizendo que estariam aptos pra poder atuar na profissão", disse o advogado do proprietário da chácara.
Em nota, a prefeitura de Rio Branco do Sul disse que a chácara não passava por fiscalização porque os donos, ao abrirem o CNPJ, não declararam corretamente a atividade desempenhada.