Casal suspeito de criar vaquinhas on-line falsas é preso no Rio de Janeiro
Fotos de crianças com câncer eram usadas para sensibilizar os doadores
Tainara Ribeiro e Luiz Antonio dos Santos Barbosa foram presos na manhã deste sábado (04) em uma pousada em Rio das Ostras, no litoral norte do Rio de Janeiro. Eles são acusados de usar fotos de crianças doentes para criar vaquinhas falsas na internet e aplicar golpes em usuários.
Em uma rede social, o casal mantinha o perfil "Todos Pela Laura", onde publicavam fotos e vídeos de uma menina supostamente doente, com o objetivo de sensibilizar as pessoas e arrecadar dinheiro. Na campanha falsa da "Laura", os dois conseguiram arrecadar quase R$ 35 mil.
Para aumentar a credibilidade do golpe, Tainara chegou a falsificar um laudo médico. A farsa foi descoberta pela irmã de Luiz Antonio, que flagrou Tainara fazendo postagens no perfil falso durante um churrasco em família. Ela desconfiou quando o casal começou a ostentar viagens caras e hospedagens em hotéis de luxo.
A foto utilizada no perfil falso era da menina Nicole, de 8 anos, que mora com os pais em Aracaju, Sergipe, e faz tratamento contra um tumor atrás dos olhos. A mãe de Nicole, Madeleine Morige, ficou aliviada com a prisão dos golpistas.
"Estou muito feliz, agora vou poder dormir direito, porque meus dias estavam sendo muito difíceis, não tava conseguindo dormir, não tava conseguindo comer", disse ela.
Tainara e Luiz Antonio foram levados para a Delegacia de Botafogo, na Zona Sul do Rio, onde o caso foi registrado. Eles vão responder por falsificação e estelionato. O casal também é investigado em outros dois inquéritos por crimes semelhantes.
A investigação
O delegado Alan Luxardo, responsável pelo caso, destacou que o crime de estelionato é um crime de inteligência, onde os criminosos utilizam de artifícios para enganar as pessoas.
"Eles fazem uma falsa representação da realidade, e haver o prejuízo financeiro", disse o delegado.
O promotor Sauvei Lai, que acompanha o caso, ressaltou que a reiteração delitiva do casal justifica a prisão.
"Isso demonstra que eles são criminosos habituais, isso revela o que no meio jurídico chamamos de reiteração delitiva, o que justifica a prisão dos mesmos", disse o promotor.