Bolsonaro não criou moléstia à baleia, diz advogado do ex-presidente
Ex-presidente, investigado por tentar golpe de Estado, prestou depoimento hoje sobre caso de 'importunação a cetáceo', crime que dá até 5 anos de prisão
Investigado por ter comandado uma tentativa de golpe de Estado quando esteve na Presidência, Jair Bolsonaro (PL) compareceu nesta terça-feira (27) à Polícia Federal para um depoimento curioso. Foi se explicar sobre um caso de "importunação intencional a cetáceo".
De acordo com os advogados do ex-presidente, Bolsonaro respondeu às perguntas dos investigadores e negou ter incomodado o animal em questão.
Vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o ex-presidente, em junho do ano passado, a bordo de uma moto aquática próximo a uma baleia jubarte, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.
Com base no vídeo, a PF abriu investigação pelo crime de importunação, previsto em lei de 1987 que protege baleias e golfinhos. A pena é de 2 a 5 anos de prisão mais multa.
"O [ex-] presidente tomou todas as precauções a partir do momento que avistou a baleia", disse o advogado Daniel Tesser, ao deixar a PF após o depoimento do político. "Ele nem sabia que tinha essa proibição, mas mesmo assim tomou todos os cuidados necessários para não criar nenhum tipo de interferência, de moléstia, no animal."
Fábio Wajngarten, outro advogado de Bolsonaro, também foi convocado a depor porque acompanhava o ex-presidente no dia do avistamento da baleia. Wajngarten disse que estava longe de Bolsonaro na ocasião e que ajudava pessoas em uma embarcação que teve pane no motor.
"Aguarda-se agora que o inquérito seja relatado e encerrado, como nem deveria ser iniciado", disse Wajngarten. "É vergonhosa a necessidade de eu vir aqui prestar depoimento, sendo que eu nem estava próximo do animal."