Ataque a tiros na orla da Praia do Recreio (RJ) deixa 2 mortos e 1 ferido
Quatro homens, em duas motos, chegaram atirando em um grupo que estava reunido próximo a um quiosque; Polícia investiga possível disputa entre facções

Eduardo Coelho
Tatiane Santos
do SBT Rio
Duas pessoas morreram, incluindo um adolescente, e outra ficou ferida durante um ataque a tiros no Recreio dos Bandeirantes, na zona Oeste do Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira (9). Segundo a Polícia Militar, a ação começou quando quatro homens, em duas motos, chegaram atirando em um grupo que estava reunido na praia, próximo a um quiosque.
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Em vídeos postados nas redes sociais, é possível ouvir muitos tiros e ver as pessoas agachadas para se proteger dos disparos, na altura do Posto 12, na orla da Praia do Recreio. De acordo com informações iniciais da Polícia Militar, quatro homens ligados ao Terceiro Comando Puro (TCP) chegaram em duas motos e começaram a atirar, por volta das 23h30, contra um grupo de aproximadamente 10 pessoas que estava no calçadão em frente a um quiosque.
Quando os agentes da PM chegaram ao local, encontraram um adolescente de 16 anos, identificado como João Pedro de Oliveira Silva, já morto e outro, de 15 anos, baleado. Ele foi socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na mesma região. Ambos seriam da Comunidade do Fontela, em Vargem Pequena, e ligados ao Comando Vermelho (CV), segundo apuração dos policiais.
Em seguida, o mesmo grupo responsável pelo ataque seguiu até a comunidade do Terreirão, que fica a poucos metros do local, também no Recreio. Lá, mataram a tiros outro jovem, identificado como Cauã Vinícius Gomes da Silva, de 22 anos, e fugiram.
De acordo com a PM, o irmão de Cauã, que não teve a identidade revelada, era integrante do TCP, mas migrou para o Comando Vermelho e estaria escondido no Complexo da Penha, na zona Norte do Rio – dominado pelo CV.
Ainda segundo a Polícia Militar, Cauã tinha duas anotações criminais: uma por homicídio e outra por furto. Há também a suspeita de que ele tenha participado de um assassinato – também no Posto 12, no Recreio – no último dia 26 de agosto.
Familiares dos jovens afirmam que ambos são inocentes e trabalham como ambulantes. A mãe de Cauã diz, inclusive, que ele matou e roubou, mas nunca foi ligado ao tráfico de drogas.
Segundo testemunhas, o ataque tem a ver com a disputa entre facções e pelo controle da venda de drogas no Posto 12. Nesta quarta-feira (10), a Polícia Militar realiza uma operação na comunidade Pombo Sem Asa, com o objetivo de capturar os autores dos disparos.