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Polícia

Armas roubadas de clubes de tiro alimentam o crime a cada quatro horas no Brasil

Mesmo com reforço na segurança, clubes de tiro são alvos frequentes de quadrilhas; número de armas furtadas quase dobrou em dois anos

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No Brasil, a cada quatro horas, uma arma roubada ou furtada vai parar nas mãos de criminosos. Os clubes de tiro, mesmo com sistemas de segurança avançados, têm se tornado alvos recorrentes de quadrilhas.

Em um clube da zona norte de São Paulo, aberto há três anos, o acesso é controlado com reconhecimento facial e várias etapas de verificação. Há câmeras por todos os lados, alarmes e sensores sísmicos, além de áreas com acesso restrito, como a que guarda o cofre das armas.

“Se alguém tentar arrombar a parede, o sensor detecta o impacto e dispara um alarme geral no clube”, explica um responsável pela segurança do local.

Essas medidas rigorosas são exigências recentes do Exército e da Polícia Federal, que endureceram as regras para o funcionamento dos clubes de tiro desde o final do ano passado. Até o horário de funcionamento foi limitado: agora, só é permitido operar das 18h às 22h.

Os dados ajudam a entender os motivos do aumento na fiscalização. Segundo o Exército, ao menos uma arma é roubada ou furtada a cada quatro horas no país. Só no ano passado, foram 2.238 casos envolvendo armas registradas por CACs — caçadores, atiradores e colecionadores. O número praticamente dobrou em relação a dois anos atrás.

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Alvos dos bandidos

E os crimes não se restringem aos clubes. Recentemente, dois homens invadiram um clube de tiro na capital paulista. Eles amarraram o filho do dono, que tentou reagir e acabou ferido com um tiro de raspão na mão. Os criminosos fugiram levando 30 armas.

Empresas de segurança com grande concentração de armamento também estão na mira dos bandidos. Nem o Exército ficou de fora: em Barueri, 21 militares e civis foram apontados como responsáveis pelo furto de 21 metralhadoras em 2023. Até agora, 19 foram recuperadas.

Esses roubos e furtos em larga escala indicam a atuação de quadrilhas especializadas. “É possível que essas armas sejam usadas para roubos, homicídios ou até como símbolo de status dentro do tráfico de drogas”, afirma um delegado.

Para ele, enfrentar esse tipo de crime apenas com ações pontuais não resolve. “Se houver uma investigação profunda que desestruture as organizações criminosas, teremos um caminho mais efetivo para combater a violência que afeta toda a população”, conclui.

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