Advogado morto: suspeito conversou com outro defensor horas antes do crime
Três suspeitos já foram presos pela morte de Rodrigo Crespo, no centro do Rio de Janeiro
A investigação sobre a morte do advogado Rodrigo Crespo, no centro do Rio de Janeiro, apontou que um dos suspeitos conversou com outro advogado, na porta de um condomínio, horas antes do crime. Três supostos envolvidos no assassinato já foram presos.
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Câmeras de monitoramento registraram um carro branco, usado para monitorar a vítima, estacionando em frente a um condomínio na Barra da Tijuca. Cézar Mondego é visto descendo do carro, ao telefone, enquanto Eduardo Sobreira permanece no veículo.
Advogado com quem suspeito se encontrou chegou a ser preso em operação
Depois, Cézar vai à recepção e aguarda por dois minutos, entrando no condomínio na sequência. O suspeito é visto andando até uma área de recreação, onde encontrou o advogado Pablo Filipe Moraes. Os dois se abraçaram e conversaram por quase 15 minutos.
Cézar e Eduardo deixaram o local às 16h32, cerca de 45 minutos antes do assassinato do advogado Rodrigo Crespo.
Pablo é sócio do advogado Renato Darlan, filho do desembargador Siro Darlan. Os dois foram presos na Operação Plantão 2, em abril de 2020, que investigava a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Rio.
Em nota, Pablo assumiu que Cézar foi ao condomínio para parabenizá-lo pelo aniversário e que conhece o suspeito há alguns anos, mantendo boa relação. Mas disse que, se ele estiver envolvido no crime contra um colega, espera que a Justiça seja feita, com a condenação do suspeito.
Depoimento do suspeito
O SBT Rio teve acesso ao depoimento de Cézar, que afirmou ter conhecido o suspeito Eduardo Sobreira quando serviram no Exército e que se encontravam em confraternizações de amigos.
Sobre o dia do crime, Cézar disse que, quando passava por acaso na rua Marechal Câmara, viu Eduardo dentro do carro branco, com os vidros abertos e o amigo informou que estava trabalhando como motorista de aplicativo. Os dois combinaram uma corrida até o condomínio na Barra da Tijuca.
Cézar ainda disse que, a partir do dia 22 de fevereiro, teve contato diário com Eduardo, usando o serviço de transporte do colega. No sábado e domingo, fim de semana antes da morte do advogado, as corridas foram da casa dele até a Lagoa, onde Rodrigo Crespo morava. A finalidade, segundo o suspeito, era encontrar um local na zona sul para a realização de uma confraternização de ex-militares do Exército.
Eduardo se entregou na Delegacia de Homicídios na tarde de terça-feira (05). A polícia ainda continua em buscas e ouvindo testemunhas para identificar outros suspeitos de participação no crime.