Política

'Virou crime chamar homem de homem', diz Nikolas Ferreira após ser condenado por transfobia

Deputado federal afirmou que mulher trans que denunciou discriminação se considerava mulher, mas era homem; caso ocorreu em setembro de 2022

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Deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) visita o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), prisão de segurança máxima localizada em Tecoluca, San Vicente, El Salvador | Foto: Reprodução/X/@@nikolas_dm - 18.11.2025
• Atualizado em
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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a decisão da Justiça de São Paulo, emitida nesta segunda-feira (24), que o condenou a indenizar em R$ 40 mil uma mulher transexual. Nas redes sociais, Nikolas afirmou que "virou crime chamar homem de homem".

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"Virou crime chamar homem de homem. Repito: virou crime dizer uma verdade biológica", escreveu Nikolas em publicação no Instagram. "Centenas de processos, nenhum condenado por corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de emenda e roubo de aposentado. Só resta condenar por dizer verdades. Ser perseguido pelo mal é o preço de não ser um deles."

O caso ocorreu em setembro de 2022, quando Nikolas ainda atuava como vereador em Belo Horizonte. À época, uma mulher trans alegou ter sido vítima de transfobia em um salão de beleza e foi às redes sociais denunciar o caso.

Em vídeo, a vítima, que procurava serviço de depilação, relatou que a dona do estabelecimento se recusou a atendê-la, pois "só atendia mulheres biológicas". Nikolas, então, republicou o vídeo, adicionando comentários de natureza discriminatória.

"Essa pessoa aqui se considera mulher, mas ela é homem, e estava alegando transfobia", escreveu. "Então agora você é obrigado a depilar um pênis ou, caso contrário, você é transfóbico."

Ao se defender, Nikolas afirmou que “limitou-se a exercer seu direito de crítica à ideologia de gênero, conforme orientação pessoal e de seu grupo político”. O juiz, porém, não acatou a justificativa.

O magistrado afirmou que "ideologia de gênero" é um "termo utilizado por determinados grupos religiosos, que insistem em negar a pessoas o direito de se atribuir a um gênero diverso daquele que lhes foi atribuído quando nasceram". Negar esse direito, acrescentou, "não parece razoável" numa "sociedade em que vigora a liberdade e a democracia".

Esta não foi a primeira vez que Nikolas respondeu a um processo por transfobia. Em abril de 2023, ele foi condenado, em primeira instância, a pagar R$ 80 mil a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) após se referir a ela como "ele" em entrevista ao jornal Estado de Minas, em 2020.

Em setembro de 2023, o deputado também virou réu por expor uma adolescente trans de 14 anos usava o banheiro feminino de uma escola particular de Belo Horizonte. Nikolas se referiu à jovem como um "estuprador em potencial", entre outras coisas. O caso ainda não teve desfecho.

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