Lula e Trump: "Nova disposição norte-americana", avalia ministro Mauro Vieira
Ministro das Relações Exteriores acredita que a reunião entre os líderes será favorável para as relações bilaterais

Gabriela Vieira
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta quarta-feira (1) que o possível encontro entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstra "nova disposição norte-americana" para negociar o tarifaço.
“Esses acontecimentos denotam uma nova disposição norte-americana, que evidentemente recebemos com agrado e que buscaremos nos valer para superarmos as medidas e sanções contra o nosso país, que contrastaram com o histórico e com a qualidade das relações que o Brasil e os EUA sempre mantiveram”, disse Vieira.
Lula e Trump se encontraram na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e combinaram um encontro na semana seguinte ao evento realizado em Nova York.
Os temas da conversa, apesar de serem incertos, devem girar em torno do tarifaço aplicado pelos EUA aos produtos exportados do Brasil. Os dois líderes devem conversar em breve.
A maneira como o encontro vai acontecer ainda está em discussão, podendo ser por telefone, videoconferência ou presencialmente. “Não foi combinado nenhum encontro específico, uma viagem, seja do presidente Trump ao Brasil, seja do presidente Lula aos Estados Unidos”, informou o ministro.
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Mauro Vieira afirmou que o encontro na ONU entre os presidentes foi "muito positiva" e que as boas referências feitas a Lula foram “relevantes”. A declaração foi durante sessão na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa da Câmara dos Deputados, onde o ministro prestou esclarecimento sobre competências do Itamaraty.
Ele ponderou que a reunião entre os líderes será favorável para as relações bilaterais. Durante seu discurso, também acrescentou que é importante separar "questões comerciais das questões políticas".
"Na relação com os Estados Unidos, seguiremos insistindo na necessidade de separarmos questões comerciais das questões políticas. Esse é o único caminho possível para que a situação presente possa encontrar solução satisfatória", disse.
Ainda, Mauro Vieira afirmou que uma postura agressiva contra o Judiciário brasileiro não devem ser tratadas durante a reunião entre os líderes dos países.
"Razões expressamente políticas relacionadas a processo judicial no Supremo Tribunal Federal não encontram cabida em uma negociação entre Estados soberanos e independentes”, declarou.
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