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Política

Lula diz que Venezuela de Maduro não é uma ditadura, mas regime "desagradável" e "governo com viés autoritário"

No Rio Grande do Sul para entregas do governo federal, presidente falou novamente sobre crise no país vizinho

Imagem da noticia Lula diz que Venezuela de Maduro não é uma ditadura, mas regime "desagradável" e "governo com viés autoritário"
Lula e Maduro | Divulgação/Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (16), que o regime do presidente Nicolás Maduro na Venezuela não se trata de uma ditadura, mas um "governo de viés autoritário".

+ Lula diz que ainda não reconhece vitória de Maduro e sugere nova eleição na Venezuela

Em entrevista à Rádio Gaúcha, em Porto Alegre, Lula voltou a dizer que só reconhece a vitória de Maduro ou da oposição caso sejam divulgadas as atas eleitorais, com os dados comprobatórios do resultado.

O presidente vem falando sobre o assunto ao longo da semana e chegou a propor, nessa quinta (15), a realização de novas eleições. A sugestão, no entanto, não foi bem recebida por Maduro.

"Eu acho que a Venezuela vive um regime muito desagradável. Não acho que é ditadura, é diferente de ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como tantas que conhecemos neste mundo", disse Lula, sem explicar as diferenças entre os dois modelos de governo.

Apesar de algumas ressalvas a Maduro, ele também defendeu o diálogo com o presidente venezuelano. Segundo Lula, a União Europeia e os Estados Unidos também cometeram um erro político ao reconhecer, há alguns anos, o autoproclamado Juan Guaidó como presidente da Venezuela.

+ Brasil não fez proposta de novas eleições na Venezuela, diz Celso Amorim

"A União Europeia, os Estados Unidos não agiram corretamente com a Venezuela, ou seja, eles elegeram um tal de Guaidó para ser presidente da Venezuela, só para você ter ideia a dimensão do absurdo. A reserva de ouro que a Venezuela tinha na Inglaterra, de 31 toneladas de ouro, foi dada sob a guarda desse Guaidó. Ele não era presidente da República, então eu acho que houve uma precipitação na punição e no julgamento das coisas", disse o presidente.

Lula também falou sobre Maduro não querer aceitar observadores. Petista afirmou que a postura do venezuelano era "ruim só para ele". Ainda revelou que a Venezuela não queria deixar o Brasil enviar o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, para acompanhar o pleito no país.

"Quando o Celso Amorim ia viajar para a Venezuela, eu fui informado que eles tinham pedido para ele ir à Venezuela. Então, eu mandei comunicar a eles que se o Celso Amorim não pudesse ir à Venezuela, eu ia comunicar à imprensa que eles estavam impedindo ele de ir", disse.

Lula também afirmou que considera a Venezuela um país "interessante" para o Brasil. "Temos quilômetros de fronteiras, é país que o Brasil chegou a ter quase US$ 5 bilhões de superávit comercial [na relação entre países]", disse.

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