Lula critica Bolsonaro e ausência de governadores em anúncio de R$ 41,7 bi do novo PAC
Dinheiro será usado em obras de infraestrutura e prevenção de desastres nos 27 estados e no Distrito Federal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a ausência de governadores durante eventos ao participar do lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento Seleções (Novo PAC Seleções). Nesta sexta-feira (26), o governo federal anunciou R$ 41,7 bilhões em obras de infraestrutura e prevenção de desastres nos 27 estados e no Distrito Federal. Lula também não poupou críticas ao antecessor no cargo, Jair Bolsonaro (PL).
+ Novo PAC tem R$ 6,5 bilhões para prevenção de desastres no Rio Grande do Sul
Bolsonaro
Lula afirmou ter selecionado as obras do Novo PAC pela relevância dos projetos apresentados por estados e municípios, não por proximidade política com prefeitos ou governadores. Mesmo assim, em eventos recentes, governadores - sobretudo de oposição - não têm comparecido aos eventos no Palácio do Planalto em que são convidados.
"A gente quer mostrar a sociedade que a convivência democrática é salutar. Toda vez que viajo ao estado convoco governador, eu quero que ele vá, que ele fale. Alguns não têm comparecido, provavelemnte ainda pela imagem negativista de um presidente da república que só viaja pro estado que gostava, pra atender amigos, e não dava importância pra quem pensasse diferente. é uma coisa absurda", disse Lula.
As críticas a Jair Bolsonaro continuaram ao longo do discurso. Lula sugeriu que a política do ex-presidente não atendia critérios objetivos, mas visava antagonizá-lo tanto no discurso, quanto em projetos políticos.
+ Celso Amorim, assessor especial de Lula, vai à Venezuela para acompanhar eleições
"A gente vê que projetos que foram anunciados em 2012 sequer saíram do papel em vários estados da federação, em várias cidades. Por quê? Porque cada prefeito, cada governador e cada presidente da República quer ter a sua marca", disse Lula.
"Se o Lula fazia assim, eu não posso fazer assim. Se o Lula gosta de vermelho, eu tenho que gostar de amarelo. Sabe, se o Lula faz da minha casa, da minha vida, eu vou fazer minha casa amarela. Se a carteira de trabalho é azul ou marrom, eu vou tirar uma verde e uma amarela. Ou seja, no critério imbecil de tomar decisão e de fazer as coisas num país que precisa tanto do Estado", concluiu.
Eduardo Leite
Entre as ausências sentidas no evento está a do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Em entrevista coletiva após o evento, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, preferiu não comentar. "Prefiro me concentrar no trabalho de fazer essas obras acontecerem. Quem tem de falar da agenda do governador é o próprio governador", disse Rui. Segundo a assessoria de imprensa do governador Eduardo Leite, o convite para o evento foi feito "em cima da hora", na quarta-feira (24), e que não foi possível viabilizar a agenda porque o aeroporto de Porto Alegre está fechado, ainda devido às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.
Governadores presentes no evento:
* Jerônimo Rodrigues, da Bahia;
* Raquel Lyra, de Pernambuco;
* Elmano De Freitas, do Ceará
* João Azevêdo, da Paraíba;
* Renato Casagrande, do Espírito Santo;
* Rafael Fonteles, do Piauí;
* Fábio Mitidieri, de Sergipe;
* Wilson Lima, do Amazonas.
Vice-governadores
* Hana Ghassan, do Pará;
* Felicio Ramuth, de São Paulo;
* José Carlos Barbosa, do Mato Grosso Do Sul.