Líder do PT na Câmara diz que críticas a Motta durante ato de Bolsonaro foram "tiro no pé" na votação da anistia
Ao cobrar votação da anistia na Câmara, pastor Silas Malafaia disse ontem em manifestação que presidente da Câmara "está envergonhando o povo da Paraíba"
Rafael Porfírio
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nas redes sociais neste domingo (7) que os ataques feitos ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante ato liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, devem ter o efeito contrário ao pretendido pelos defensores do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Segundo Lindbergh, ao tentar pressionar o comando da Câmara com insultos e ameaças públicas, os bolsonaristas acabaram por isolar politicamente a proposta e tornaram ainda mais difícil sua tramitação.
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"Os ataques ao presidente Hugo Motta foram um tiro no pé para os defensores do PL da anistia. Alguém acha mesmo que o presidente da Câmara vai pautar esse PL depois desses ataques? Claro que não. Agora é que ele não pauta mesmo. Seria se render a uma política de intimidação grosseira. Isso não vai acontecer. Ao apostar na 'faca no pescoço' contra o parlamento, bolsonaristas optam pelo isolamento político", escreveu Lindbergh Farias em rede social.
A crítica mais dura a Hugo Motta veio do pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, que discursou no carro de som ao lado de Bolsonaro. Ao criticar a postura do presidente da Câmara, Malafaia disse que Motta estaria tentando barrar o avanço do projeto ao pedir que líderes partidários não assinassem o requerimento de urgência.
"Sr. presidente da Câmara, Hugo Motta, disse: 'Eu sou árbitro, juiz'. Só se for juiz iníquo, porque ele pediu para os líderes partidários para não assinar urgência do projeto de anistia", afirmou Malafaia em discurso na manifestação.
"Espero, Bolsonaro, se Hugo Motta estiver assistindo isso aqui, que ele mude, porque você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba", completou.
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Ataque de Malafaia a Motta não foi por acaso
Segundo apuração de bastidores, a escolha de Malafaia para liderar o ataque verbal não foi por acaso. O objetivo seria preservar parlamentares presentes no ato de um desgaste direto com o presidente da Câmara.
A manifestação deste domingo (7) na avenida Paulista teve como principal bandeira a defesa da anistia a condenados e réus pelos atos antidemocráticos de janeiro de 2023.
O ato também ocorreu em meio à repercussão do pedido de 14 anos de prisão para uma mulher que pichou com batom um monumento do Supremo Tribunal Federal (STF) — decisão que mobilizou setores bolsonaristas com acusações de exagero por parte do Judiciário.
