Explosão na Esplanada: agentes da Abin advertem para crise burocrática na agência
Em nota, sindicato alerta para limitação orçamentária, falta de pessoal e restrições a ferramentas e banco de dados
As explosões na Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira (13) levaram os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a emitir uma nota alertando para limitações orçamentárias, falta de pessoal e restrições a banco de dados e ferramentas tecnológicas.
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Assinada pela União dos Profissionais de Inteligência do Estado da Abin (Intelis), a nota diz que “infelizmente nosso órgão vem sendo continuamente sucateado e vive um cenário alarmante, que cada vez mais dificulta nossa missão de garantir a segurança e a soberania do Brasil”. Também diz que a baixa participação da Abin no G20, que está sendo realizado no Rio, se deve a limitações orçamentárias.
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Leia a íntegra da nota:
“Nós, profissionais de Inteligência de Estado da ABIN, representados por esta Intelis, gostaríamos de externar nossa preocupação e repúdio a atos extremistas como o que parece preliminarmente se configurar no incidente deste final de noite na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Apenas a direção-geral do órgão poderá confirmar se este evento foi antecipado ou não, como ficou comprovado na CPI sobre o dia 8 de janeiro de 2023 que a Agência atuou de forma eficaz. Entretanto, independente disso, gostaríamos de lembrar à sociedade brasileira que, infelizmente, nosso órgão vem sendo continuamente sucateado e vive hoje um cenário alarmante, que cada vez mais dificulta nossa missão de garantir a segurança e a soberania do Brasil. Pontuamos aqui as principais questões que, se não resolvidas de forma urgente, podem acabar inviabilizando completamente o serviço de Inteligência nacional:
- restrições cada vez maiores a ferramentas tecnológicas e bancos de dados;
- burocratização excessiva dos processos, engessando a produção;
- menor orçamento dos últimos 14 anos, se considerada a inflação;
- falta de amparo legal e arcabouço normativo robusto;
- vacância de 80% dos quadros, que aumenta a cada dia;
- retirada do projeto de câmeras na Esplanada;
- baixa participação efetiva da ABIN no G20, por limitações orçamentárias."