Oruam é transferido para cela coletiva em presídio com líderes de facção
Rapper passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (4) e deixará cela individual no Bangu 3

Bruno Assunção
O rapper Mauro Davi dos Santos, conhecido como Oruam, de 25 anos, passou por uma nova audiência de custódia nesta segunda-feira (4) e foi transferido de uma cela individual para um espaço coletivo na Penitenciária Dr. Serrano Neves, no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.
A unidade, popularmente chamada de Bangu 3, abriga alguns dos mais perigosos líderes do Comando Vermelho (CV) no estado.
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Oruam está preso preventivamente desde o dia 22 de julho. Até agora, ele cumpria a medida em isolamento. A transferência para a cela coletiva é vista por fontes do sistema prisional como uma forma de "benefício interno", ainda que informal, já que o artista passou a dividir espaço com detentos ligados à maior facção criminosa do Rio, grupo comandado por seu pai, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP.
Líderes do CV no presídio
Na mesma cadeia estão alguns dos bandidos mais perigosos do estado. Um deles é o traficante Marco Antônio Pereira Firmino, conhecido como "My Thor", que está preso há quase 20 anos no mesmo presídio. Apontado como um dos principais líderes do CV, ele é considerado altamente perigoso pelas autoridades do sistema penitenciário.
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Outro detento da unidade é Leonardo Farinazo Pampuri, o "Léo Barrão". Ele está preso há décadas e era considerado uma peça-chave da facção na zona oeste, atuando como gerente geral do tráfico na Vila Kennedy, sendo envolvido em disputas sangrentas contra facções rivais.
Outro nome é Alexander de Jesus Carlos, o "Choque" ou "220v". Ele ganhou notoriedade não apenas por sua atuação no tráfico, mas também por dar uma entrevista ao vivo para o SBT Rio em 2008, enquanto chefiava a comunidade de Manguinhos. Desde então, está preso, mas segue como nome influente dentro da organização criminosa.
Conhecido como "Naldinho do Complexo de Gericinó", Arnaldo da Silva Dias já foi descrito pela polícia como "porta-voz" do Comando Vermelho. Em 2024, seu nome voltou ao noticiário após a Polícia Federal interceptar ordens suas para uma "trégua" de sete dias durante a realização da cúpula do G20 no Rio. Ele foi condenado a 50 anos de prisão por crimes como tráfico e homicídio.