Caso Gritzbach: operação flagra celulares com policiais detidos por corrupção no Presídio da Polícia Civil
Agentes conhecidos como "Xixo" e "Bolsonaro" estão detidos desde novembro por cobrarem R$ 800 mil de propina a dois narcotraficantes
Alan Covas
Robinson Cerantula
Fátima Souza
Derick Toda
O Ministério Público (MPSP) e a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo cumpriram mandados de busca e apreensão no Presídio da Polícia Civil, localizado na zona norte da capital paulista, na manhã desta terça-feira (4).
No local, agentes realizaram uma revista cela a cela e flagraram celulares que estavam com os policiais presos por corrupção Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como "Xixo", e Valmir Pinheiro, conhecido como "Bolsonaro". A informação foi confirmada com exclusividade por fontes internas.
A ação faz parte da mesma operação que mirou o delegado especial Alberto Pereira Júnior, como desdobramento das investigações envolvendo a delação e a morte de Vinicius Gritzbach, o delator do PCC, assassinado em novembro do ano passado.
"Xixo" e "Bolsonaro" foram presos em novembro do ano passado por cobrarem R$ 800 mil de propina de dois narcotraficantes ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). As prisões foram realizadas pela Polícia Federal (PF) e o MPSP.
De acordo com a investigação, o negócio, acordado em 2020, interrompeu uma investigação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (DENARC), que apurava a atuação da facção no tráfico internacional de drogas, especializada com destino à Europa. O valor foi seguido de outros pagamentos mensais que duraram até o primeiro semestre de 2021. Os dois ainda lavavam dinheiro para o PCC, segundo a PF.
Os policiais da Civil "Xixo" e "Bolsonaro" foram denunciados na delação de Vinicius Gritzbach ao Ministério Público.
Ao todo, particaram da ação as seguintes autoridades: Corregedoria da Polícia Civil, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), da Secretaria da Administração Penitenciária, Controladoria-Geral do Estado, Polícia Científica e Guarda Civil Metropolitana.
Neste momento, cães da GCM continuam realizando buscas no Presídio.