Atleta paralímpica com esclerose múltipla: conheça a história de Beth Gomes

Apesar de ser diagnosticada com a condição em 1993, atleta bateu 35 recordes mundiais e ganhou medalha de ouro na Paralimpíada de Tóquio

Wagner Lauria Jr.

30/08/2024 às 15h48

A atleta paralímpica Elizabeth Gomes, ou Beth, como é conhecida, foi porta-bandeira da abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, nesta quarta-feira (28). Neste Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, a atleta é um exemplo de que a atividade física pode estar presente na vida de pessoas que convivem com a doença: Beth já bateu 35 recordes mundiais e ganhou uma medalha de ouro na Paralimpíada de Tóquio.

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Beth é natural de Santos, no litoral paulista. Ela foi diagnosticada com a condição em 1993, quando ainda era jogadora de vôlei. Após o diagnóstico, ela teve um novo surto, quando perdeu o movimento das duas pernas. Não conseguindo voltar a disputar a modalidade desenvolveu depressão, mas sua tia ajudou a encontrar uma nova paixão: passou a jogar basquete com cadeira de rodas.

Em 2006, ela teve um novo surto da esclerose múltipla, que a fez ficar com os dedos fechados, impossibilitando a prática do esporte, ainda que com cadeira de rodas. Tempos depois, descobriu o atletismo e, na sequência, fez sua opção pelo lançamento de disco e arremesso de peso, onde se tornou uma medalhista paralímpica e recordista mundial.

Sobre mais medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris, Betty é categórica:

"Quero trazer medalhas para o Brasil. Não importa a cor, mas, claro, vou em busca da dourada”, disse a atleta à Comissão Brasileira Paralímpica (CPB).

Atividade física ajuda no tratamento

A atividade física, na verdade, ajuda no tratamento da doença, segundo o neurologista Guilherme Olival, diretor médico da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM).

Segundo a revisão de vários artigos científicos "Exercício Físico e Esclerose Múltipla", feita por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), os benefícios da prática regular de exercícios físicos para pessoas diagnosticadas com Esclerose Múltipla é igual àquelas sem o diagnóstico: promove a melhora na qualidade de vida e na mobilidade, reduz a fadiga, além de causar impactos positivos na saúde mental, como redução da depressão e ansiedade.