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Agência Mundial Antidoping acusa EUA de permitir competição de atletas dopados

A entidade internacional acusa a agência norte-americana de "hipocrisia" por acusar a China, mas manter em segredo casos que detectou, sem prejuízo aos atletas

Agência Mundial Antidoping acusa EUA de permitir competição de atletas dopados
WADA acusa EUA de permitir competição de atletas dopados | Reprodução/Team USA Instagram
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A Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) divulgou uma nota oficial nesta quinta-feira (8) detalhando uma série de alegações contra a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA). A WADA acusa a USADA de permitir que atletas dopados competissem por anos sem serem punidos, uma prática que, segundo a WADA, viola diretamente o Código Mundial Antidoping.

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A declaração da entidade internacional foi emitida um dia após a publicação de uma reportagem da agência de notícias Reuters que alegava que os norte-americanos permitiram que atletas dopados competissem por anos, sem puni-los ou impedir sua participação em torneios.

Entre os casos citados destaca-se o de um atleta de elite que participou de eventos internacionais e eliminatórias olímpicas. Esse atleta, após admitir o uso de esteroides e outras substâncias proibidas, foi autorizado a continuar competindo até se aposentar. O caso não foi divulgado publicamente, os resultados não foram desqualificados e o prêmio em dinheiro não foi devolvido.

A WADA relatou que, quando a USADA finalmente revelou a situação, argumentou que a divulgação poderia comprometer a segurança do atleta, levando a WADA a concordar com a não publicação.

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A WADA criticou a USADA por adotar uma postura "hipócrita" ao permitir que atletas dopados competissem enquanto denunciava práticas semelhantes em outras partes do mundo, como na China e na Rússia. A agência global questionou como outros atletas devem se sentir competindo contra indivíduos conhecidos por trapacear, enquanto a USADA não tomou medidas adequadas.

Agência dos Estados Unidos alega uso de atletas por troca de informações

Em resposta, a USADA defendeu a prática de permitir que atletas infratores competissem como uma forma de obter informações valiosas. Travis Tygart, presidente-executivo da USADA, afirmou que essas táticas ajudaram a avançar investigações, como uma conduzida pelo FBI (Departamento Federal de Investigação dos EUA) sobre tráfico de pessoas e drogas. Tygart sustentou que o uso de atletas infratores para expor outros e coletar informações sobre criminosos no doping e no tráfico esportivo é uma abordagem eficaz.

O código antidoping mundial permite que um atleta que ofereça assistência substancial a uma investigação possa solicitar a suspensão de parte de sua proibição após o processo. No entanto, a WADA destacou que não há cláusulas que permitam que atletas infratores continuem competindo sem sanções.

Agência Antidoping da China acusa os EUA de praticarem abusos 'sistêmicos'

O conflito entre a WADA e a USADA ocorre em meio a uma crescente tensão entre os EUA e a China sobre questões de doping. A Agência Antidoping da China (CHINADA) acusou recentemente os EUA de esconderem abusos "sistêmicos" e solicitou mais testes em atletas norte-americanos. As autoridades chinesas destacaram o caso do corredor americano Erriyon Knighton, que testou positivo para uma substância proibida em março deste ano, mas competiu em Paris após um árbitro independente determinar que o resultado foi causado por carne contaminada.

A agência chinesa questionou por que a USADA não divulgou mais evidências de substâncias proibidas entre atletas norte-americanos e sugeriu que há um problema sistêmico de doping no atletismo dos EUA. As acusações ocorreram após uma investigação revelar que 23 nadadores chineses testaram positivo antes dos Jogos de Tóquio em 2021, mas foram autorizados a competir após a WADA aceitar o argumento de contaminação alimentar.

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A WADA concluiu a nota questionando se o Conselho de Diretores da USADA ou o Congresso dos EUA estavam cientes da prática que comprometeu a integridade da competição esportiva e colocou em risco a segurança dos atletas.

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