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Zuckerberg cita "tribunais secretos" na América Latina para justificar fim de programa de checagem

CEO da Meta, dona do Facebook e do Instagram, disse que cortes podem ordenar que "empresas removam conteúdos de forma silenciosa"

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Meta entrou no alvo da ANPD após empresa treinar IA com dados de brasileiros | Reprodução
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O presidente da Meta, Mark Zuckerberg, publicou, nesta terça-feira (7) um vídeo em seu perfil anunciando que está encerrando o programa de checagem de fatos nos Estados Unidos. No comunicado, o CEO da Meta disse que o esforço das redes longo dos últimos anos para gerenciar o conteúdo em suas plataformas corre o risco de estar se excedendo. "Ao ponto em que estamos cometendo muitos erros, frustrando nossos usuários e muitas vezes atrapalhando a liberdade de expressão que nos propusemos a permitir", destacou Zuckerberg.

+ X paga multa milionária e pede que Moraes desbloqueie a plataforma

Ele também menciona que "países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa", referindo-se à série de propostas apresentadas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para responsabilizar as redes sociais pelos conteúdos postados por usuários.

Em setembro do ano passado, o X ficou mais de um mês bloqueado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Moraes havia pedido o bloqueio de perfis na plataforma e determinou a prisão de representante do X no Brasil em caso de descumprimento da ordem judicial. Elon Musk, dono do X, encerrou a operação nacional, o que não é permitido pela legislação brasileira. O serviço só foi desbloqueado com a nomeação de um representante do X no país e pagamento de multa pela empresa.

+ FALSO: Vídeo não mostra Musk dizendo que suspensão do X no Brasil teria sido “jogo sujo”

Usuários ajudarão a moderar o conteúdo

Mark Zuckerberg informou que pretende substituir as agências de checagem por um sistema de "notas da comunidade". No sistema atual, organizações e especialistas em checagem de fatos apontam os erros e se responsabilizam pela veracidade do que é divulgado, o que, na opinião de Zuckerberg, pode conter opiniões pessoais ou censura. "Os especialistas, como todo mundo, têm suas próprias inclinações e perspectivas. Isso ficou evidente nas escolhas que alguns fizeram sobre o que e como checar fatos… Um programa destinado a informar muitas vezes se tornou uma ferramenta de censura", disse a Meta.

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O modelo de Notas da Comunidade é um sistema semelhante ao que já é utilizado pela plataforma X – antigo Twitter – e vai permitir aos usuários das redes sociais da Meta – Facebook, Instagram e Threads – chamar a atenção para publicações supostamente enganosas e que precisam de maiores esclarecimentos ou contextualização.

A mudança começará nos Estados Unidos, nos próximos meses, e será aprimorada ao longo de 2025. O empresário não especificou uma data para o início das mudanças no Brasil e em outros países.

Nas palavras do dono do Facebook: "É hora de voltar às nossas raízes em relação à liberdade de expressão".

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