Zelensky visita Alemanha e França nesta sexta-feira (16) para tentar obter assistência militar
País vem sofrendo com escassez de armamentos devido ao impasse de ajuda dos EUA
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, embarca, nesta sexta-feira (16), para Alemanha e França. As visitas têm como objetivo firmar novos acordos de ajuda militar e humanitária para conter a ofensiva russa no país. Segundo o líder, a expectativa é de que as nações sigam o Reino Unido, que aumentou o financiamento militar à Kiev em 2024.
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"Estão previstas reuniões com parceiros na Alemanha e em França, novos acordos e a participação na Conferência de Segurança de Munique. Nova arquitetura de segurança para a Ucrânia, novas oportunidades. Estamos fazendo de tudo para acabar com a guerra o mais rápido possível, em termos justos para a Ucrânia, e garantir a paz", disse Zelensky.
A viagem do presidente ucraniano ocorre em meio ao avanço das tropas russas. Nesta semana, o novo comandante das Forças Armadas, Oleksandr Syrsk, reconheceu uma situação "extremamente complexa" na linha de frente da guerra, sobretudo devido à escassez de armamentos. A falta de militares também enfraquece as defesas.
O cenário é influenciado pela queda no envio de pacotes militares do Ocidente, em particular dos Estados Unidos – principal aliado da Ucrânia na guerra. Apesar de querer aprovar o envio de US$ 60 bilhões à Kiev, o presidente Joe Biden está enfrentando resistência de parlamentares republicanos no Congresso, que criticam a magnitude da assistência militar e monetária de Washington ao governo ucraniano.
Nessa quinta-feira (15), a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou que o impasse na aprovação da ajuda já está tendo um impacto no campo de batalha, resultando em ganhos territoriais significativos para a Rússia.
"O fato de os EUA não terem sido capazes de tomar uma decisão até agora já teve consequências. Está impactando o fluxo de apoio. Até certo ponto, isso pode ser compensado por um maior apoio de outros aliados, mas os EUA são de longe o maior aliado [da Ucrânia] e é vital que continuem a fornecer apoio", disse a aliança militar.