Exército do Líbano diz que está redistribuindo tropas ao longo da fronteira
Medida acontece em meio à operação terrestre de Israel contra alvos do Hezbollah no sul do país
Camila Stucaluc
O exército do Líbano disse, nesta terça-feira (1º), que está distribuindo suas tropas em alguns pontos de observação ao longo da fronteira com Israel. A ação, feita em coordenação com as forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), acontece em meio à operação terrestre iniciada por Israel contra o Hezbollah no sul do país.
Em comunicado, as tropas israelenses informaram que as ações serão limitadas, concentrando-se apenas em locais da fronteira onde há ameaças terroristas. A operação, segundo os militares, visa impedir um novo ataque estilo o de 7 de outubro de 2023, feito pelo Hamas. Na data, o grupo matou 1,2 mil pessoas e sequestrou outras 240.
“Se o Líbano e o mundo não podem manter o Hezbollah longe da nossa fronteira, não temos escolha a não ser fazê-lo nós mesmos. Quero deixar claro: nossa guerra é com o Hezbollah, não com os cidadãos do Líbano. Não queremos prejudicar os civis e estamos tomando medidas para isso”, disse o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari. “Não permitiremos que o dia 7 de outubro aconteça novamente”, frisou.
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A ofensiva terrestre já está provocando novos conflitos. Pouco tempo após o início da operação, os soldados israelenses disseram que detectaram dezenas de lançamentos de mísseis no norte de Israel – a maioria interceptados. Também houve confrontos na cidade fronteiriça israelense de Metula, onde o Hezbollah abriu fogo com artilharia.
Os conflitos estão forçando milhares de pessoas a deixarem o Líbano. Mais cedo, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, disse que 1 milhão de pessoas foram deslocadas desde o início dos ataques aéreos israelenses, a maioria a caminho da Síria.
EUA apoiam Israel
O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca emitiu um comunicado apoiando a operação terrestre limitada de Israel. Segundo a entidade, as ações para destruir as infraestruturas do Hezbollah estão aliadas com o direito do país de se defender da ameaça do grupo. Foi alertado, contudo, que uma expansão da operação seria um risco.
"Apoiamos o direito de Israel de se defender contra o Hezbollah e todos os grupos terroristas apoiados pelo Irã. Claro, sabemos que o aumento da missão pode ser um risco e continuaremos discutindo isso com os israelenses ", disse o Conselho.
Nesta semana, o presidente Joe Biden prometeu uma conversa com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O objetivo, segundo o líder norte-americano, é conter os conflitos entre o país e o Hezbollah para uma guerra total no Oriente Médio, já que o exército israelense continua com a ofensiva contra o Hamas, na Faixa de Gaza.