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Virginia Giuffre, que acusou príncipe Andrew em rede de tráfico sexual de Epstein, morre aos 41 anos

“Apesar de toda a adversidade que enfrentou, ela brilhou intensamente”, diz assessora ao confirmar morte de vítima, que virou ativista contra crimes sexuais

Imagem da noticia Virginia Giuffre, que acusou príncipe Andrew em rede de tráfico sexual de Epstein, morre aos 41 anos
Vítima de esquema sexual de Jeffrey Epstein morre aos 41 anos. | Reprodução/Redes sociais
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ALERTA DE GATILHO: Este conteúdo contém informações sensíveis e perturbadoras sobre suicídio. Se precisar de apoio, busque ajuda especializada.


Virginia Giuffre, que acusou o príncipe Andrew da Grã-Bretanha e outros homens influentes de explorá-la sexualmente quando era adolescente, morreu aos 41 anos. Ela relatava ter sido vítima de tráfico pelo financista Jeffrey Epstein.

Giuffre morreu por suicídio na sexta-feira (25), em sua fazenda no oeste da Austrália, confirmou sua assessora de imprensa.

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“Virginia foi uma guerreira incansável na luta contra o abuso sexual e o tráfico de pessoas. Ela foi a luz que inspirou tantos sobreviventes”, disse sua família em comunicado. “Apesar de toda a adversidade que enfrentou, ela brilhou intensamente. Sua falta será sentida de forma imensurável", disse sua assessora, Dini von Mueffling.

Quem foi Virginia Giuffre

Nascida nos Estados Unidos e residente na Austrália há anos, Giuffre tornou-se uma defensora dos sobreviventes de tráfico sexual após emergir como figura central na queda de Epstein.

O milionário e influente gestor financeiro de Nova York cometeu suicídio em agosto de 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual envolvendo dezenas de meninas adolescentes e jovens, algumas com apenas 14 anos. As acusações vieram 14 anos após a polícia de Palm Beach, na Flórida, iniciar a investigação de denúncias de abuso sexual contra menores contratadas para fazer massagens a Epstein.

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Giuffre veio a público depois que a investigação inicial resultou em apenas 18 meses de prisão para Epstein, que fez um acordo secreto assumindo a culpa de acusações menores, de solicitar prostituição. Ele foi libertado em 2009.

Em processos subsequentes, Giuffre afirmou que era atendente de spa no Mar-a-Lago – clube de Donald Trump em Palm Beach – quando foi abordada em 2000 pela então namorada e posteriormente funcionária de Epstein, Ghislaine Maxwell.

Segundo Giuffre, Maxwell a contratou como massagista, mas ela e Epstein a transformaram numa serva sexual, forçando-a a satisfazer não apenas Epstein, mas também seus amigos e associados. Ela afirmou ter sido levada para encontros sexuais com homens, incluindo o príncipe Andrew, quando era adolescente.

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Os homens negaram as acusações e atacaram a credibilidade de Giuffre. Ela reconheceu ter alterado alguns detalhes importantes, como a idade em que conheceu Epstein. No entanto, muitos aspectos de sua história foram corroborados por documentos, testemunhos e fotografias – incluindo uma famosa imagem dela com Andrew, com o braço dele ao redor de sua cintura, na casa de Maxwell em Londres.

Andrew negou as acusações e disse não se lembrar de tê-la conhecido. Apesar disso, em 2022, o príncipe Andrew, já afastado da Família Real, fechou um acordo com Giuffre por valor não revelado, comprometendo-se a fazer uma "substancial doação" para a organização de sobreviventes criada por ela. Em documento judicial, reconheceu que Epstein era um traficante sexual e que Giuffre era "uma vítima de abuso".

O suicídio de Epstein frustrou as esperanças das vítimas de vê-lo responsabilizado criminalmente.

Em 2015, Giuffre fundou a organização SOAR (Speak Out, Act, Reclaim), de apoio a vítimas de tráfico. Virginia deixa três filhos, descritos no comunicado da família como "a luz da vida dela".

*As informações são da Associated Press

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