"Vamos garantir que isso seja resolvido", disse Trump sobre fome em Gaza
Enclave palestino está proibido de receber ajuda humanitária desde março; ordem é do exército israelense

Camila Stucaluc
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza – agravada pela guerra entre Israel e Hamas. Em declaração nesta sexta-feira (16), o republicano afirmou que “muitas pessoas estão morrendo de fome” e garantiu que “resolverá a situação”.
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“Há situações muito sérias aqui [Oriente Médio]. Estamos olhando para Gaza. E nós vamos cuidar disso. Muitas pessoas estão morrendo de fome. Há muita coisa ruim acontecendo lá”, disse Trump.
A declaração do republicano acontece em meio ao cerco imposto por Israel em Gaza, que, segundo o exército, visa pressionar o Hamas a libertar os reféns capturados no ataque de outubro de 2023. Desde março, o exército vem impedindo a entrada de ajuda humanitária, o que está levando o enclave palestino à beira de uma catástrofe humanitária devido ao esgotando de comida e combustível.
Líderes e organizações internacionais já pediram que Israel suspenda o bloqueio, alegando que o país estava violando o direito internacional. O governo, no entanto, rejeitou os apelos e ainda intensificou a ofensiva em Gaza. Segundo o Ministério da Saúde local, mais de 200 pessoas morreram entre quarta (14) e quinta-feira (15). Nesta manhã, os bombardeios provocaram mais 50 óbitos.
A série de ataques israelenses veio logo após o Hamas libertar o refém israelense-americano Edan Alexander, visando mostrar sua "boa vontade" em retomar as negociações de cessar-fogo. O governo israelense aceitou a ação, mas alertou que a proposta de trégua seria debatida “sob fogo”.
“As negociações serão realizadas sob fogo, com base no compromisso de atingir todos os objetivos da guerra. Continuaremos a agir implacavelmente até que todos eles [reféns] retornem para casa, em Israel. As negociações continuarão sob pressão, durante os preparativos para a intensificação dos combates”, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Em declaração na quinta-feira (15), Trump afirmou que “ficaria orgulhoso” se os Estados Unidos assumissem o controle de Gaza e a transformassem em uma "zona de liberdade". Sem dar detalhes sobre o plano, o presidente norte-americano disse que seria possível enfrentar o Hamas e, ao mesmo tempo, garantir abrigo seguro à população palestina.