Uma em cada três crianças, em todo o mundo, convive com a escassez de água

Uma em cada três crianças, em todo o mundo, convive com a escassez de água. É o que aponta um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Segundo o relatório, no Brasil são mais de quatro milhões de meninos e meninas expostos à seca.

Rosely Silva é professora em uma comunidade do oeste do Pará, uma das mais de 1.500 regiões da Amazônia afetadas pela seca. Ela conta que a estiagem prejudicou o acesso à escola e à água potável.

"As nossas crianças precisam sair do barco e ir pela lama até vir para a escola. As pessoas que conduzem os alunos trazem uma quantia de uma biqueira que fica um pouco distante da escola para o consumo da alimentação das crianças e também para que elas possam também tomar essa água, porque a água da nossa comunidade não tem condições, é apenas uma lama", conta a professora.

A seca é um dos fatores que acentua no Brasil um problema global: o de escassez de água na infância. Segundo o Unicef, 739 milhões de crianças do mundo não tem acesso adequado à água.

Apesar do Brasil não estar entre os países com situação mais crítica, por aqui, mais de um milhão de crianças estão em situação de risco e três milhões são afetadas pela seca.

"Quer dizer, crianças que vivem em áreas nas quais você não tem certeza se elas vão ter acesso à água ou que o serviço de acesso à água não estão disponíveis", explica Danilo Moura, oficial de clima e meio ambiente do Unicef.

O relatório também prevê que, até 2050, as mudanças climáticas podem deixar35 milhões de crianças de todo o mundo expostas a níveis elevados de escassez.

"A gente precisa garantir que todo mundo tenha acesso à água limpa e segura e isso significa pensar estratégias para garantir que serviços essenciais, certamente escolas, unidades de saúde, serviços de assistência social, todos eles tenham acesso à água", diz Danilo Moura.