Uma a cada quatro pessoas está passando fome em Gaza
Relatório da ONU mostra que cerca de 500 mil pessoas sofrem com a falta de alimentos na região
Mais de 500 mil de pessoas em Gaza - um quarto da população - estão passando fome, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (21) pela ONU, que evidencia a crise humanitária causada pelo bombardeio e cerco de Israel ao território.
O relatório alertou que o risco de fome está "aumentando a cada dia", culpando a fome pela insuficiência de ajuda que entra em Gaza.
"A situação não poderia ser pior", disse Arif Husain, economista-chefe do Programa Mundial de Alimentos da ONU. "Nunca vi algo em uma escala tão grande como o que está acontecendo em Gaza. E a essa velocidade".
Israel afirma estar nas últimas fases para expulsar os militantes do Hamas do norte de Gaza, mas que meses de combates estão por vir no sul.
A guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, já matou quase 20 mil palestinos. Mais de 1,9 milhão de residentes de Gaza - mais de 80% da população - foram expulsos de suas casas, e muitos deles estão amontoados em abrigos da ONU.
Os ataques também levaram a área de saúde de Gaza ao colapso. Apenas nove das 36 instalações de saúde ainda estão parcialmente funcionando, todas localizadas no sul, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Trabalhadores de socorro da OMS relataram nesta quinta-feira cenas "insuportáveis" em dois hospitais que visitaram no norte de Gaza: pacientes acamados com ferimentos não tratados pedem água, os poucos médicos e enfermeiros restantes não têm suprimentos, e corpos estão alinhados no pátio.
O bombardeio e os combates continuaram nesta quinta. A internet e as comunicações que haviam sido interrompidas por vários dias começaram a retornar gradualmente em todo o território.