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Trump manda soltar ex-deputado George Santos, condenado por fraude nos EUA

Ex-deputado de origem brasileira foi condenado a mais de sete anos de prisão por fraude e roubo de identidade

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (17) a soltura imediata do ex-deputado americano de origem brasileira George Santos.

O político havia sido condenado em abril a mais de sete anos de prisão por fraude e roubo de identidade.

Em publicação na rede social Truth Social, Trump reconheceu que Santos “era um tanto bandido”, mas afirmou que “há muitos outros criminosos que não foram forçados a cumprir sete anos de prisão”.

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O presidente disse ainda que assinou a comutação da pena, determinando a libertação imediata do ex-deputado.

“Portanto, acabei de assinar uma Comutação, libertando George Santos da prisão, IMEDIATAMENTE”, escreveu Trump.

Condenação

Condenado em abril deste ano pela juíza Joanna Seybert, do Distrito Leste de Nova York, Santos foi considerado culpado por inflar números de arrecadação de campanha, forjar nomes de doadores para obter apoio financeiro do Partido Republicano.

Ele também foi acusado de usar dinheiro público para despesas pessoais, como cirurgias estéticas, compras de luxo e até gastos na plataforma de conteúdo adulto OnlyFans.

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A Justiça ainda determinou que ele pague mais de US$ 370 mil em restituição às vítimas e perca mais de US$ 200 mil em bens.

Antes de se entregar às autoridades, Santos publicou em tom sarcástico nas redes sociais:

"Bem, queridos... A cortina cai, os holofotes se apagam e os strass se amontoam. Dos corredores do Congresso ao caos dos noticiários a cabo, que viagem! Foi confusa? Sempre. Glamourosa? Ocasionalmente. Sério? Eu tentei... quase todos os dias. Aos meus apoiadores: vocês fizeram valer a pena este cabaré político selvagem. Aos meus críticos: obrigado pela imprensa livre. Posso estar deixando o palco (por enquanto), mas acreditem, lendas nunca saem de verdade. Para sempre, fabulosamente seu, George", escreveu.

Escândalos

Durante sua campanha, Santos disse ter estudado na Universidade de Nova York, ter trabalhado no Goldman Sachs e no Citigroup, e que seus avós haviam fugido dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Nenhuma dessas alegações era verdadeira.

Eleito em 2022 como representante do 3º distrito de Nova York, o Comitê de Ética da Câmara concluiu que ele desviou recursos de campanha para fins pessoais e recomendou sua expulsão, que foi confirmada em dezembro de 2023.

Apresentado por aliados como um símbolo de diversidade, sendo latino, gay e republicano, ele se tornou motivo de piada nacional e internacional, alvo de investigações criminais e abandonado por seus próprios correligionários, principalmente após revelações de que ele havia mentido sobre grande parte de seu passado.

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Santos chegou a admitir publicamente que sua decisão de se declarar culpado foi um passo necessário. "Declarar-me culpado é um passo que nunca imaginei que daria, mas é necessário porque é a coisa certa a fazer. Não é apenas um reconhecimento das minhas deturpações para os outros, mas, mais profundamente, é o meu próprio reconhecimento das mentiras que contei a mim mesmo nos últimos anos. É uma confirmação dessas verdades que me inundaram de profundo arrependimento pelas escolhas que fiz. Estou assumindo a responsabilidade porque preciso, não há outra maneira."

Mesmo após a condenação, ele chegou a dizer que tentaria se reeleger. "Como eu disse, vou provar minha inocência e aí sim, vamos seguir em frente. E a reeleição ainda está muito longe", disse na ocasião.

Mas depois, como parte de seu acordo judicial, ele admitiu todas as irregularidades descritas na acusação.

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