Trump diz que Ucrânia deve desistir da Crimeia e da Otan se quiser acabar com guerra
Presidente dos EUA citou exigências já apresentadas pela Rússia em negociações anteriores

Camila Stucaluc
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, na noite de domingo (17), que o líder ucraniano Volodymyr Zelensky pode acabar a guerra com a Rússia “quase imediatamente”. Para isso, no entanto, o político deverá abandonar a ideia de recuperar a Crimeia, anexada por Moscou em 2014, bem como de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
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As medidas fazem parte das exigências do governo russo para acabar com o conflito. No caso da Crimeia, Moscou alega que a anexação aconteceu por razões históricas e pela vontade da população local. Já em relação à Otan, o Kremlin classifica como ameaça a expansão da aliança militar pelo Leste Europeu, uma vez que quase todos os países fronteiriços já pertencem ao bloco.
“O presidente Zelensky pode encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar lutando. Lembre-se de como começou. Sem a Crimeia de Obama (12 anos atrás, sem um único tiro disparado!), e não entrar na Otan pela Ucrânia. Algumas coisas nunca mudam”, disse Trump.
A declaração do presidente norte-americano aconteceu um dia antes do encontro com Zelensky, em Washington, para discutir um possível acordo de paz. O líder ucraniano estará acompanhado de autoridades europeias e da Otan, que visam evitar um novo embate direto entre Trump e Zelensky. Em fevereiro, o encontro entre os líderes terminou em bate boca e acusações políticas.
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Além disso, os aliados trabalham para garantir a segurança da Ucrânia no acordo. Trabalham, ainda, para pressionar Trump a não permitir que a Rússia estabeleça trocas territoriais como parte de um cessar-fogo, uma vez que, em negociações anteriores, Moscou exigiu manter o controle de áreas ucranianas ocupadas, como Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson – anexadas por Putin em 2022.