Trump autoriza uso de força militar contra cartéis na América Latina, afirma NYT
Presidente assinou "ordem secreta" contra grupos classificados como terroristas pelo governo dos EUA, revela jornal americano

SBT News
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou secretamente uma ordem autorizando o Pentágono a empregar forças militares contra cartéis de drogas na América Latina, classificados por seu governo como organizações terroristas, revelou fontes ouvidas pelo The New York Times em reportagem publicada nesta sexta-feira (8).
A medida representa uma escalada significativa na política antidrogas norte-americana, transferindo para os militares uma função tradicionalmente atribuída às autoridades policiais: combater o tráfico e conter o fluxo de substâncias ilegais, como o fentanil, para o país.
Conforme a reportagem, a ordem abre caminho para operações diretas, no mar ou em território estrangeiro. Trump tem mirado grupos da Venezuela e do México, como o Tren de Aragua, a Mara Salvatrucha (MS-13) e o Cartel de los Soles.
Nesta sexta-feira, durante coletiva de imprensa, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que foi informada sobre a ordem, mas garantiu que "não há risco" de operações militares dos EUA no país.
Fontes afirmam que autoridades militares já começaram a elaborar opções para atuação das tropas, mas sob condição de anonimato. O Departamento de Defesa não comentou a ordem.
Questionada sobre o assunto, a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, disse por e-mail que “a prioridade número um do presidente Trump é proteger a pátria, por isso ele tomou a ousada decisão de designar vários cartéis e gangues como organizações terroristas estrangeiras".
Nos últimos meses, o governo Trump ampliou a lista de organizações terroristas estrangeiras para incluir cartéis e gangues, argumentando que representam ameaça à segurança nacional. Também existe um movimento para que facções brasileiras, como o PCC e o Comando Vermelho (CV), recebam essa classificação.
Desde seu retorno ao cargo em janeiro, Trump já enviou tropas à fronteira com o México, intensificou a vigilância aérea e dobrou para US$ 50 milhões a recompensa pela captura do presidente venezuelano Nicolás Maduro, indiciado por tráfico.
Durante a campanha de 2024, o republicano havia prometido “declarar guerra aos cartéis” e mobilizar forças especiais e navais para combatê-los, mesmo sem o consentimento dos países onde atuam.