Tribunal russo condena à prisão Yulia Navalnaya, viúva do opositor Alexei Navalny
Justiça acusa Navalnaya de participar de uma "organização extremista"
O Tribunal de Moscou emitiu, nesta terça-feira (9), um mandado de prisão para Yulia Navalnaya, ex-mulher de Alexei Navalny, morto em fevereiro deste ano e principal opositor do presidente russo Vladimir Putin.
O tribunal acusou Navalnaya de participar de uma "organização extremista". No momento, ela não está no país e, neste caso, entra na lista de procurados pela justiça russa.
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Pelas rede sociais, Yulia atacou o presidente Vladimir Putin e ironizou a decisão do tribunal.
"Qual será o procedimento usual? Um agente estrangeiro, depois a abertura de um processo criminal, depois uma prisão? Ao escrever sobre isso, por favor, não se esqueça de escrever o principal: Vladimir Putin é um assassino e um criminoso de guerra. Seu lugar é na prisão, e não em algum lugar de Haia, em uma cela aconchegante com TV, mas na Rússia – na mesma colônia e na mesma cela de 2 por 3 metros em que ele matou Alexei", disse Yulia em sua conta no X.
Morte de Navalny
Principal opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny, 47 anos, morreu dentro da prisão na Rússia, em fevereiro de 2024. O opositor estava preso desde janeiro de 2021, quando retornou a Moscou após se recuperar na Alemanha de um envenenamento que ele atribuiu ao Kremlin. Antes de sua prisão, fez campanha contra a corrupção oficial e organizou grandes protestos contra o governo Putin.
Ele cumpria uma pena de 19 anos de prisão sob a acusação de extremismo e foi transferido, em dezembro, para uma prisão na região de Vladimir, na Rússia central, com o mais alto nível de segurança das prisões do país.
Na época, os aliados condenaram a transferência para uma região de frio intenso, distante de Moscou, e denunciaram uma tentativa de silenciá-lo.