Tensão aumenta no Oriente Médio e ameaça acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas
Crise pressiona mediadores do Catar e do Egito a intercederem para evitar o colapso das negociações
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Thiago Ferreira
O que parecia ser um alívio momentâneo transformou-se em frustração no Oriente Médio. "Qual o benefício de parar a guerra para começar de novo?", questiona Ziad, palestino que, assim como milhares de outros, permanece em uma área que pode voltar a ser bombardeada em poucos dias.
Enquanto isso, do outro lado da fronteira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prestou novo depoimento no processo em que é acusado de corrupção. Paralelamente, o ministro da Defesa israelense advertiu que, caso os reféns não sejam libertados até sábado, "as portas do inferno se abrirão".
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Não está claro se Israel e os Estados Unidos aguardam a libertação de todos os mais de 80 reféns ainda em poder do Hamas ou apenas de três, conforme estipulado no acordo vigente. Diante da incerteza, Israel já colocou em prontidão soldados que estavam em período de descanso após combates em Gaza.
O Hamas, por sua vez, alega que decidiu adiar a libertação dos reféns devido a supostas violações israelenses ao acordo de trégua, incluindo a restrição à entrada de milhares de trailers que serviriam como moradia provisória e ataques a palestinos que retornavam ao norte.
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As partes deveriam estar discutindo a segunda fase do acordo, que selaria o fim da guerra, mas a crise levou os mediadores do Catar e do Egito a intervir para evitar o colapso da primeira fase. Uma delegação do Hamas chegou nesta quarta-feira ao Cairo, capital egípcia, onde as negociações seguem em andamento.
Em meio às tensões diplomáticas, o presidente do Egito adiou um encontro com Donald Trump, discordando do plano norte-americano de ocupar Gaza e expulsar os palestinos. Essa posição foi reforçada também pelo rei da Jordânia, que acaba de voltar de Washington, e pela Arábia Saudita, tradicional aliada dos Estados Unidos no Oriente Médio.