Publicidade
Mundo

Submersível Titan implodiu por falha no casco de fibra de carbono, aponta relatório final

Implosão do Titan durante expedição ao Titanic em 2023 matou cinco pessoas e foi causada por uma "série de falhas", segundo Guarda Costeira dos EUA

• Atualizado em
Publicidade

A Junta de Investigação Marítima da Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou, nesta terça-feira (5), o relatório final sobre a tragédia com o submersível Titan, que implodiu em junho de 2023 durante uma expedição aos destroços do Titanic. O acidente resultou na morte de cinco pessoas.

O documento, com mais de 300 páginas, revela as principais conclusões sobre o caso e aponta os fatores que contribuíram para o desastre. Segundo a investigação, a principal causa da implosão foi a perda de integridade estrutural do casco de fibra de carbono da embarcação.

+ Áudio com últimos sons do submersível Titan antes de implodir é divulgado; ouça

"Essa perda de integridade estrutural causou a implosão catastrófica do casco. A Junta determinou que o ponto provável de falha do casco foi ou a junção adesiva entre a cúpula frontal do Titan e o segmento de titânio, ou o casco de fibra de carbono próximo à extremidade dianteira do Titan", aponta o relatório.

+ Guarda Costeira dos EUA recupera peças remanescentes do submersível Titan

A Guarda Costeira classificou o acidente como evitável. "Este acidente marítimo e a perda de cinco vidas eram evitáveis", afirmou Jason Neubauer, presidente da Junta de Investigação Marítima do Titan.

+ Imagem inédita do submarino Titan é revelada durante audiências sobre o acidente

"A investigação de dois anos identificou múltiplos fatores que contribuíram para essa tragédia, oferecendo lições valiosas para prevenir ocorrências futuras. Há necessidade de uma supervisão mais rigorosa e de opções claras para operadores que exploram novos conceitos fora do arcabouço regulatório existente", disse Neubauer

A investigação concluiu ainda que o projeto, a certificação, a manutenção e o processo de inspeção adotados pela OceanGate, empresa responsável pelo submersível, foram inadequados.

O relatório também aponta uma cultura de trabalho tóxica na empresa, falhas nos mecanismos de denúncia previstos na Lei de Proteção ao Marinheiro e deficiências nos regulamentos domésticos e internacionais para veículos submersíveis com design inovador.

Entre os fatores causais identificados pela investigação estão:

  • Projeto e testes feitos sem seguir princípios fundamentais de engenharia e segurança;
  • Falta de análise do ciclo de vida do casco e ausência de testes de materiais;
  • Dependência excessiva do sistema de monitoramento (RTM) sem avaliação adequada dos dados;
  • Continuidade das operações mesmo após incidentes que provavelmente danificaram o casco;
  • Falhas no processo de fabricação, como no enrolamento, cura, colagem, espessura e padrões;
  • Ausência de investigação sobre possíveis danos em mergulhos anteriores;
  • Cultura de segurança tóxica e divergência entre protocolos escritos e práticas reais;
  • Declarações enganosas do CEO Stockton Rush sobre segurança e conformidade com normas;
  • Pressões financeiras e operacionais que aumentaram os riscos;
  • Falta de regulamentação específica para submersíveis com design inovador nos EUA.
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade