"Sem fim à vista", diz chefe política da ONU sobre guerra na Ucrânia
Rosemary DiCarlo alertou que país vem sofrendo alguns dos piores ataques desde o início da invasão russa; mortos passam de 10 mil
A subsecretária-geral das Nações Unidas para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, afirmou, na quarta-feira (10), que não há previsão para o fim da guerra na Ucrânia. Segundo ela, o país vem sofrendo alguns dos piores ataques desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, resultando em centenas de mortes.
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“Durante o período de férias, mísseis e drones russos atingiram vários locais em todo o país. Em Kherson, prédios e uma instalação médica, bem como uma estação ferroviária com mais de cem civis que aguardavam evacuação, foram atingidos. Da mesma forma, bombardeios quase diários foram relatados na região de Kharkiv”, disse DiCarlo.
Apenas no dia 29 de dezembro, 58 civis foram mortos e 158 ficaram feridos em ataques de drones e mísseis russos por toda a Ucrânia. Este foi o maior número de vítimas civis em um único dia em todo o ano de 2023, aumentando o total de óbitos desde o início da guerra para 10.233 - incluindo 575 crianças. Outras 19,2 mil pessoas ficaram feridas.
Além das mortes, os ataques russos em áreas urbanas estão causando graves danos à infraestrutura civil. Mísseis russos recentes danificaram ou destruíram pelo menos oito escolas e 10 instalações de saúde, incluindo uma maternidade. Bombardeios em instalações de energia também deixam centenas de pessoas sem luz, prejudicando a sobrevivência da população em meio às temperaturas negativas do inverno.
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“Aqui estamos, à beira do terceiro ano do mais grave conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial - sem fim à vista. O preço desta guerra sem sentido - em morte, destruição e desestabilização - já é catastrófico. É aterrorizante contemplar onde isso poderia nos levar. Nosso compromisso permanece firme. Esta guerra deve parar”, afirmou DiCarlo.