Sem delegação de Israel, negociações por cessar-fogo em Gaza terminam sem avanço
Encontro mediado por Egito, Catar e Estados Unidos foi estendido até quarta-feira e tenta levar ajuda humanitária para o território palestino antes do início do Ramadan, mês sagrado para muçulmanos
As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, realizadas no Cairo, terminaram sem avanço nesta terça-feira (5) e devem ser estendidas até amanhã (6). Mediado por Egito, Catar e Estados Unidos, o encontro teve a presença de representantes do Hamas. Israel, contudo, não enviou uma delegação para as conversas.
Os países mediadores correm para garantir uma trégua prolongada na Faixa de Gaza a poucos dias do início do Ramadan, mês sagrado para os muçulmanos. Ataques israelenses no território palestino onde vivem 2,3 milhões de pessoas já deixaram um saldo de 30 mil mortos e milhares de feridos.
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A ação, desencadeada por um ataque do Hamas em 7 de outubro, deslocou a maior parte da população do território e levou um quarto dos palestinos à beira da fome.
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Uma das demandas do Hamas é que Israel permita o retorno de palestino ao norte de Gaza. A região foi uma das primeiras a ser intensamente bombardeada e seus moradores obrigados a evacuar para o sul. Acredita-se que cerca de 300 mil palestinos permaneçam na região, que, desde janeiro, é impedida de receber qualquer ajuda humanitária -- incluindo fórmulas para bebês, insumos médicos e comida.
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A agência da ONU para a infância (Unicef) disse na segunda-feira (4) que pelo menos 10 crianças morreram de desidratação e desnutrição no norte de Gaza. O Ministério da Saúde de Gaza fala em 15 crianças mortas por fome, e outras seis em risco de morrer de desnutrição e desidratação na região.
Já Israel quer uma lista atualizada dos reféns mantidos no território palestino pelo Hamas para negociar o cessar-fogo. Estima-se que 130 reféns de 7 de outubro permaneçam em Gaza -- 99 deles ainda vivos. O Hamas alega que é impossível conseguir essa informação sem a diminuição dos bombardeios israelenses no enclave palestino. Segundo o grupo, os reféns estão espalhados pelo território, incluindo em áreas sob ataque.