Rússia condena jornalista americano Evan Gershkovich a 16 anos de prisão
Correspondente do Wall Street Journal, Gershkovich está preso no país desde março de 2023, acusado de espionar para os Estados Unidos
O jornalista norte-americano Evan Gershkovich, de 32 anos, foi condenado a 16 anos de prisão pelo tribunal regional de Sverdlovsk, na Rússia. Correspondente do jornal Wall Street Journal, ele está detido no país desde março de 2023, acusado de espionar para os Estados Unidos.
A sentença foi lida nesta sexta-feira (19), após três dias de audiências em um julgamento classificado como uma farsa pelo governo dos EUA e o jornal do qual Evans trabalha. O jornalista irá cumprir a sentença em uma colônia penal de segurança máxima.
“Essa condenação vergonhosa e falsa ocorre depois de Evan ter passado 478 dias na prisão, detido injustamente, longe de sua família e amigos, impedido de fazer reportagens, tudo por fazer seu trabalho como jornalista”, disse Almar Latour, presidente-executivo da Dow Jones e editor do The Wall Street Journal, e a editora-chefe do Wall Street Journal, Emma Tucker, em um comunicado.
“Continuaremos a fazer tudo o que for possível para pressionar pela libertação de Evan e apoiar sua família,” disseram eles. “Jornalismo não é um crime, e não descansaremos até que ele seja libertado. Isso precisa acabar agora.”
O julgamento ocorreu a portas fechadas devido a questões de "segurança nacional". Citando o porta-voz do tribunal, a agência de notícias russa RIA Novosti, informou que Gershkovich “não admitiu culpa” durante as audiências desta sexta-feira.
Ele é o primeiro jornalista dos EUA levado sob custódia por acusações de espionagem desde Nicholas Daniloff em 1986, no auge da Guerra Fria.
Outros casos
Em 2022, a estrela da WBNA Brittney Griner ficou dez meses detida na Rússia pelos crimes de porte de drogas e contrabando, após ser flagrada com óleo de cannabis na bagagem. Ela chegou a ser condenada a nove anos de prisão, mas foi libertada em uma troca de prisioneiros de alto nível entre os Estados Unidos e Moscou.
Espera-se que a condenação de Evan leve os países a negociarem uma nova troca de prisioneiros, com a Rússia interessada em libertar cidadães que estão detidos no Ocidente, e os Estados Unidos, Evans e Paul Whelan, um fuzileiro naval aposentado que foi enviado a uma colônia penal em 2020 após condenações de espionagem.