Rússia condena ativista de direitos humanos a quase 3 anos de prisão por criticar invasão na Ucrânia
Oleg Orlov teria violado “valores espirituais, morais e patrióticos russos tradicionais”
Camila Stucaluc
O ativista de Direitos Humanos Oleg Orlov, 70 anos, foi condenado a dois anos e seis meses de prisão por criticar a ofensiva russa na Ucrânia. A decisão, proferida por um tribunal em Moscou nesta terça-feira (27), quase atendeu à sentença solicitada pelo Ministério Pública da Rússia, que pediu dois anos e 11 meses de prisão.
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Orlov é um veterano da organização russa Memorial, que venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2022 - poucos meses após ser dissolvida pelo governo. No julgamento, os promotores analisaram um artigo escrito e publicado pelo ativista que criticava a invasão na Ucrânia, violando “valores espirituais, morais e patrióticos russos tradicionais”.
Com isso, Orlov foi condenado por “desacreditar repetidamente” do exército da Rússia. Ele já havia sido multado pelo artigo em outubro do ano passado, após um primeiro julgamento. A punição, no entanto, foi descrita como “branda” pelos promotores, que pediram que o caso voltasse ao júri. Agora, Orlov ficará preso por dois anos e meio pela publicação.
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A condenação de Orlov acontece poucas semanas antes das eleições presidenciais russas, marcadas para 17 de março. Na última semana, o opositor Alexei Navalny foi encontrado morto em uma prisão na Sibéria, entrando para a lista de adversários do presidente Vladimir Putin, que tentará a reeleição, que foram mortos em condições misteriosas.