Rússia bombardeia a Ucrânia com mísseis e drones e atinge sede da União Europeia
Zelensky classificou ataque como resposta de Moscou aos esforços diplomáticos para acabar com a guerra
Reuters
A Rússia bombardeou a Ucrânia com mísseis e drones na madrugada desta quinta-feira (28), matando pelo menos 15 pessoas, incluindo quatro crianças na capital, em um ataque devastador que o presidente Volodymyr Zelensky disse ser a resposta de Moscou aos esforços diplomáticos para acabar com a guerra.
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Quando o Sol nasceu, as equipes de resgate estavam cavando em um prédio de apartamentos parcialmente destruído na margem esquerda de Kiev, onde um correspondente da Reuters viu trabalhadores retirando dois corpos dos escombros.
Pelo menos 38 pessoas ficaram feridas no ataque à cidade, que durou horas e danificou prédios em sete distritos, incluindo a sede da missão da União Europeia na Ucrânia e o Conselho Britânico, segundo as autoridades.
Em todo o país, os militares da Ucrânia disseram que os ataques russos atingiram 13 locais. O operador da rede nacional Ukrenergo disse que as instalações de energia foram atingidas.
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"A Rússia escolhe a balística em vez da mesa de negociações", afirmou Zelensky na rede social X (ex-Twitter), pedindo novas sanções à Rússia. "Ela escolhe continuar matando em vez de acabar com a guerra."
O Ministério da Defesa da Rússia disse que seu ataque atingiu instalações industriais militares e bases aéreas militares. Moscou tem negado regularmente que tenha como alvo civis, mas dezenas de pessoas morreram nos últimos meses durante ataques a áreas densamente povoadas.
Durante o ataque a Kiev, explosões soaram enquanto nuvens de fumaça subiam no céu noturno. Era possível ouvir o barulho de drones no alto.
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O prefeito Vitali Klitschko descreveu a ação como um dos maiores ataques à cidade nos últimos meses.
A pressão de Kiev e seus aliados para acabar com a invasão que Moscou lançou em fevereiro de 2022 rendeu pouco, apesar das reuniões de alto nível entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seus pares ucraniano e russo.
A Rússia intensificou os ataques aéreos em vilas e cidades ucranianas muito atrás da linha de frente e promoveu uma ofensiva em grande parte do leste em uma tentativa de pressionar a Ucrânia a ceder território.
Infraestrutura atingida
"Horrorizado por mais uma noite de ataques mortais de mísseis russos contra a Ucrânia", escreveu o presidente do Conselho Europeu, António Costa, nas redes sociais.
"Meus pensamentos estão com as vítimas ucranianas e também com a equipe da @EUDelegationUA, cujo prédio foi danificado por esse ataque russo deliberado. A UE não se deixará intimidar", acrescentou.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também condenou o ataque, escrevendo no X: "Meus pensamentos estão com todos aqueles afetados pelos ataques russos sem sentido em Kiev que danificaram o prédio do Conselho Britânico. Putin está matando crianças e civis e sabotando as esperanças de paz."
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As Forças Armadas da Ucrânia disseram que as defesas aéreas derrubaram 563 dos quase 600 drones e 26 dos 31 mísseis lançados pela Rússia em todo o país.
As autoridades ucranianas alertaram recentemente que a Rússia intensificaria os ataques à rede de energia do país com a aproximação do inverno.
O Ministério da Defesa de Moscou disse que as defesas aéreas russas destruíram 102 drones ucranianos durante a noite em pelo menos sete regiões.
A força de drones da Ucrânia informou ter atingido as refinarias de petróleo Afipsky e Kuybyshevskyi como parte desse ataque.