Rússia ataca rede elétrica da Ucrânia em resposta ao uso de mísseis norte-americanos
Mais de 100 drones e 90 mísseis foram lançados contra o país; presidente voltou a pedir o envio de sistemas de defesa aérea
A Rússia lançou, nesta quinta-feira (28), um ataque em massa contra instalações de energia na Ucrânia. Segundo o presidente Volodymyr Zelensky, o exército ucraniano identificou o lançamento de cerca de 100 drones e mais de 90 mísseis em várias regiões do país. A estimativa é que 1 milhão de pessoas estejam sem energia.
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“Em várias regiões, foram registrados ataques Kalibr com munições de fragmentação, que tornam muito mais difícil para nossos socorristas e trabalhadores de energia eliminar as consequências do ataque. Estamos trabalhando ao máximo para restabelecer a energia”, disse Zelensky. “ Pontos de invencibilidade foram implantados”, acrescentou.
O bombardeio russo aconteceu em resposta aos ataques da Ucrânia em Moscou com mísseis de longo alcance produzidos pelos Estados Unidos e Reino Unido. Em visita a uma cúpula no Cazaquistão, o presidente Vladimir Putin comemorou o ataque, dizendo que, além das instalações de energia, 17 pontos militares foram atingidos.
A estratégia de atacar instalações de energia é usada pela Rússia desde o começo da guerra – em fevereiro de 2022. As interrupções geram grandes preocupações na comunidade internacional, uma vez que muitas famílias dependem do sistema de aquecimento no país, principalmente com a aproximação do inverno.
Em meio ao cenário, Zelensky voltou a pedir aos aliados o envio de sistemas de defesa aérea. “Estamos constantemente trabalhando com parceiros para ter mais força para nos defender. Isso é especialmente importante no inverno, quando temos que proteger nossa infraestrutura de ataques russos direcionados”, disse o presidente ucraniano.
Escalada do conflito
O conflito entre Rússia e Ucrânia vem entrando numa nova escalada devido ao uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia para ataques no território russo. Isso levou Moscou a atualizar sua doutrina nuclear, permitindo o uso de ogivas contra países não nucleares apoiados por potências nucleares – que é o caso da Ucrânia.
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Após o ataque de hoje, Putin voltou a ameaçar a Ucrânia, dizendo que o país produz 10 vezes mais mísseis do que todas as nações integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – aliadas de Kiev. O líder russo ainda acrescentou que, em 2025, a produção de mísseis de longo alcance crescerá entre 25% e 30%.