Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem formalmente o Estado da Palestina
Decisão, na véspera da Assembleia Geral da ONU, deve pressionar Israel por solução de dois Estados; outros 10 países também devem anunciar reconhecimento

SBT News
Reuters
O Reino Unido, o Canadá e a Austrália reconheceram formalmente o Estado da Palestina, neste domingo (21), na véspera da Assembleia Geral da ONU em Nova York. No encontro das Nações Unidas, outros 10 países também devem anunciar a decisão.
O movimento, gerado pela frustração com a guerra de Gaza e com a intenção de promover uma solução de dois Estados, deve irritar Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos.
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Com a decisão, Reino Unido, Canadá e Austrália se alinham a cerca de 140 países que também apoiam a aspiração dos palestinos de uma pátria independente dos territórios ocupados por Israel. A Austrália e o Canadá já haviam assinado um documento expressando o desejo de reconhecer o Estado da Palestina, em julho deste ano.
A decisão do Reino Unido teve um peso simbólico especial, devido ao seu importante papel na criação de Israel como uma nação moderna após a Segunda Guerra Mundial.
"Hoje, para reavivar a esperança de paz para os palestinos e israelenses e uma solução de dois Estados, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina", disse o primeiro-ministro Keir Starmer no X.
Há dois meses, Starmer havia ameaçado reconhecer o Estado palestino caso o governo israelense não tomasse medidas substanciais para acabar com a "situação terrível" na Faixa de Gaza.
Ataques matam pelo menos 31 palestinos
Neste domingo (21), as forças israelenses mataram pelo menos 31 palestinos em novas explosões de prédios residenciais na Cidade de Gaza. Tanques de Israel seguem avançando pelo território. Moradores da cidade, que abrigava um milhão de pessoas antes da guerra, disseram que não tinham meios de fugir.
Em quase dois anos de combates, a feroz ofensiva de Israel matou mais de 65.000 palestinos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, e demoliu a maioria das estruturas do pequeno enclave, que agora está dominado pela fome. No sul do território, para onde as forças israelenses ordenaram a nova evacuação, a superlotação e os altos preços dos abrigos deixaram muitos sem ter para onde ir.
Nas últimas duas semanas, as Forças Armadas de Israel afirmam ter demolido até 20 prédios de apartamentos na Cidade de Gaza que, segundo elas, são usados pelo Hamas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que 50 "torres terroristas" foram demolidas.
Israel fechou na semana passada uma passagem para o norte de Gaza, limitando ainda mais o escasso suprimento de alimentos.