Quatro vítimas de naufrágio de superiate na Itália morreram sufocadas em 'bolha de ar'
Autópsia dos passageiros mostra que eles morreram por asfixia, e não por afogamento; acidente matou o bilionário britânico Mike Lynch
SBT News
As autópsias iniciais de quatro das sete vítimas do naufrágio de um superiate de luxo na costa da Sicília, na Itália, ocorrido durante uma tempestade no dia 19 de agosto, indicam que a causa das mortes foi asfixia, não afogamento. Segundo as autoridades, tudo indica que as vítimas encontraram uma bolha de ar na cabine inundada, onde consumiram o oxigênio disponível.
Os corpos de Chris Morvillo, advogado americano, sua esposa Neda Morvillo, e do banqueiro da Morgan Stanley, Jonathan Bloomer, junto com sua esposa Anne Elizabeth Judith Bloomer, passaram por autópsias no Instituto de Medicina Forense do Hospital Policlínico de Palermo, na quarta-feira (4).
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Ainda aguardam autópsia o magnata britânico da tecnologia Mike Lynch e sua filha de 18 anos, além do chef Recaldo Thomas, cuja análise foi adiada por dificuldades em contatar a família em Antígua.
O naufrágio, que aconteceu em apenas 16 minutos após uma forte rajada de vento atingir o iate de 56 metros, está sendo investigado como um caso de "homicídio múltiplo". O capitão James Cutfield, o engenheiro Tim Parker Eaton e o marinheiro Matthew Griffith, que estavam de plantão no momento do acidente e sobreviveram, são os principais investigados. Apesar disso, as autoridades ainda não os acusaram formalmente de nenhum crime.
O iate, de propriedade da esposa de Mike Lynch, Angela Bacares, permanece submerso, e será resgatado para fins de investigação e para prevenir um possível vazamento dos 18.000 litros de combustível a bordo. Os resultados toxicológicos das vítimas devem ser divulgados nos próximos dias.
A tragédia ocorreu poucos meses após Lynch e seu parceiro Stephen Chamberlain — que morreu em um acidente de carro no dia do naufrágio — serem absolvidos de acusações de fraude em um tribunal federal dos Estados Unidos, ligadas à venda da empresa Autonomy para a Hewlett-Packard. A empresa ainda enfrenta um processo civil no Reino Unido, que segue em andamento.