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Manifestantes ocupam as ruas contra o novo primeiro-ministro da França

Populares protestam contra a elite política do país e corte de gastos do governo Emmanuel Macron

Imagem da noticia Manifestantes ocupam as ruas contra o novo primeiro-ministro da França
Franceses vão às ruas contra novo primeiro-ministro e ações orçamentárias do governo | REUTERS/Abdul Saboor
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Manifestantes em toda a França obstruíram rodovias, queimaram barricadas e entraram em confronto com a polícia nesta quarta-feira (10). Os protestos são uma demonstração de insatisfação com o presidente Emmanuel Macron pela sua indicação de Sebastian Lecornu como primeiro-ministro do país. Além disso, protestam contra a elite política e os cortes de gastos robustos.

As autoridades mobilizaram mais de 80 mil agentes de segurança em todo o país, removendo barreiras e contendo a agitação enquanto as tensões aumentavam em vários lugares.

Em Paris, a polícia de choque usou gás lacrimogêneo para dispersar multidões. Quase 200 pessoas foram detidas na capital. + Macron nomeia Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro da França

Os protestos são marcados pelo movimento “Block Everything (Bloqueie Tudo)", um grupo de militantes que se formou nas redes sociais. Primeiramente, o Block Everything surgiu entre grupos de direita, mas, desde então, foi cooptado pela extrema-esquerda.

O dia foi marcado pela agitação da população no dia em que o conservador assumiu o cargo de primeiro-ministro, depois que seu antecessor foi deposto pelo parlamento devido a seus planos impopulares de cortes drásticos no orçamento. As manifestações aumentaram a turbulência política no país.

A França está sob pressão para reduzir um déficit orçamentário que é quase o dobro do teto de 3% da União Europeia, e uma dívida equivalente a 114% do PIB. + Brasileiros no Nepal relatam tensão e toque de recolher durante protestos

Em Paris, estudantes e jovens em idade escolar se juntaram às fileiras de manifestantes. Quase 300 protestantes foram presos em todo o país, embora muitas manifestações tenham sido pacíficas.

O movimento também reflete a raiva contra o que os manifestantes dizem ser uma elite governante disfuncional empenhada em austeridade. O descontentamento aumentou depois que o último governo propôs cortes de 44 bilhões de euros nos gastos do governo.

Do lado de fora da estação de trem Gare du Nord, em Paris, centenas de jovens entoavam slogans anti-Macron. Um deles carregava um cartaz com a bandeira da França e o slogan "A República da elite rica".

"Viemos fazer barulho", disse Emma Meguerditchian, 17 anos, estudante da Sorbonne. "Queremos que eles saibam que não aguentamos mais isso, que queremos outro tipo de governo."

Cortes orçamentários

Manifestantes em Nantes bloquearam uma rodovia queimando pneus e lixeiras. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar pessoas que tentavam ocupar uma rotatória. Em Rennes, um ônibus foi incendiado. O mesmo aconteceu em Montpellier, no sul, onde entoaram uma grande faixa que dizia: “Macron renuncie”.

O movimento Block Everything atraiu comparações com a rebelião dos Coletes Amarelos, que eclodiu em 2018 e 2019 devido a impostos e custo de vida, e forçou Macron a fazer concessões políticas que custaram bilhões de euros. + Ursula von der Leyen propõe suspensão parcial de acordo da UE com Israel

O sociólogo Antoine Bristielle, da Fundação Jean Jaurès, observou uma divisão geracional entre os dois.

"No movimento dos 'Coletes Amarelos', tínhamos uma França bastante vulnerável, com dificuldades para sobreviver, muitos trabalhadores, muitos aposentados. Enquanto aqui, em termos de idade, são muitos jovens", disse Bristielle.

Eles têm "uma certa visão de mundo onde há mais justiça social, menos desigualdade e um sistema político que funciona de maneira diferente e melhor".

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