“Produzam seus produtos nos EUA ou terão de pagar tarifas”, diz Trump em Davos
Presidente dos Estados Unidos discursou no Fórum Econômico Mundial
SBT News
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou na reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, nesta quinta-feira (23). Em participação por videoconferência, o republicano criticou o governo de seu antecessor, Joe Biden, declarou que uma “revolução de bom senso” começou com sua posse e reforçou suas ameaças tarifárias.
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“O que o mundo testemunhou nas últimas 72 horas não é nada menos do que uma revolução de bom senso. Nosso país em breve será mais forte, mais rico e mais unido do que nunca, e todo o planeta será mais pacífico e próspero como resultado desse incrível momento”, disse.
Trump, então, repetiu críticas que já havia feito em seu discurso inaugural contra Joe Biden, atacando o que ele descreveu como o “caos econômico causado pelas políticas fracassadas da última administração.”
"Minha administração está agindo com uma velocidade sem precedentes para corrigir os desastres que herdamos de um grupo totalmente inepto e para resolver cada uma das crises que nosso país enfrenta. Isso começa com o enfrentamento do caos econômico causado pelas políticas fracassadas da última administração", afirmou.
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"Nos últimos quatro anos, nosso governo acumulou 8 trilhões de dólares em gastos deficitários desnecessários e impôs restrições devastadoras no setor de energia, regulamentações paralisantes e impostos ocultos como nunca antes", completou.
Para isso, o político ofereceu "um dos impostos mais baixos de qualquer nação do mundo" para as empresas fabricarem seus produtos nos Estados Unidos. Àquelas que optarem por não produzir no país, alertou Trump, haverá uma tarifa 'que direcionará centenas de bilhões de dólares, ou até trilhões, para nosso tesouro, fortalecendo nossa economia e pagando nossas dívidas'.
“Minha mensagem para todas as empresas do mundo é muito simples: venham fabricar seus produtos na América, e nós ofereceremos um dos impostos mais baixos de qualquer nação do mundo”, disse ele, acrescentando: “Mas, se você não fabricar seus produtos na América, o que é um direito seu, então, muito simplesmente, terá que pagar uma tarifa — valores variados, mas uma tarifa.”
Na terça-feira (21), no segundo dia de sua administração, Trump prometeu impor tarifas à União Europeia, acusando o bloco econômico de ter "superávits comerciais preocupantes" com os Estados Unidos. Ele também afirmou que estava discutindo uma taxa punitiva de 10% sobre as importações chinesas, além de impor tarifas de 25% ao México e Canadá até 1° de fevereiro.
Segundo o republicano, traficantes internacionais estão enviando fentanil da China para os Estados Unidos via México e Canadá. No discurso desta quinta-feira (23), Trump voltou a reteirar que quer um relacionamento mais justo com a China.
"Tudo o que queremos é justiça. Queremos apenas igualdade de condições. Não queremos tirar vantagem. Temos tido déficits enormes com a China. Biden permitiu que isso saísse do controle. Ele tem déficits de US$ 1,1 trilhão. Ridículo.”
A União Europeia também voltou a ser mencionada pelo presidente, que afirmou "amar a Europa", mas reclamou que os países do bloco tratam os EUA "de maneira injusta".
“A UE tributa de forma prejudicial os produtos americanos, o que dificulta a exportação para o bloco. Ouvi de pessoas que o sistema de tarifação na União Europeia é muito pior do que o da China para os EUA”, afirmou Trump.