Polícia argentina usa gás de pimenta para reprimir protestos contra a Lei de Bases
Pacote de reformas enviado pelo governo Milei está em debate no Senado
Marcelo Torres
Na Argentina, os senadores discutem, nesta quarta-feira (12), o pacote de reformas enviado pelo governo. Do lado de fora, uma multidão protestou com cartazes contra as mudanças propostas, principalmente a reforma trabalhista.
A polícia usou gás de pimenta para tentar impedir que os manifestantes tomassem uma avenida, que fica em frente ao Congresso.
A matéria chegou ao plenário com um Senado dividido. O governo precisa de 37 votos pra aprovar a chamada "Lei Bases", mas tem apenas 35 garantidos.
Mesmo desidratada na Câmara dos Deputados, a lei prevê perdão de multas trabalhistas para empregadores e a possibilidade de que o período de experiência de um funcionário possa durar até um ano.
Enquanto os parlamentares debatem o pacote, negociações são feitas nos bastidores. Na reta final, o governo concordou com regras menos drásticas para as aposentadorias. Também abriu mão de privatizar a Aerolíneas Argentinas e os correios. Das 40 empresas que a casa rosada queria vender, pode ser que apenas oito tenham o sinal verde para privatização.
Para o governo, aprovar esse pacote é a chance de criar um fato novo positivo, num momento em que os números da economia apontam para uma recessão severa a caminho.
Entre as leis analisadas na Argentina, está uma que dá permissão para o presidente Javier Milei governar sem o Congresso por um ano em quatro áreas consideradas cruciais: administrativa, financeira, econômica e energética.