Paris-2024: participação de Israel nas Olimpíadas gera protestos
Manifestantes pedem o banimento de atletas israelenses, enquanto governo francês autoriza que a polícia limite a circulação de pessoas "consideradas suspeitas"

SBT Brasil
Os efeitos da guerra entre Israel e o Hamas também são sentidos nas Olimpíadas de Paris. Manifestantes pedem o banimento de atletas israelenses. Enquanto isso, o governo francês autorizou que a polícia francesa limite a circulação de pessoas consideradas suspeitas.
Em Paris, vários protestos defenderam o banimento dos atletas de Israel, assim como aconteceu com os russos. Há 88 israelenses competindo, entre eles Peter Palthik, medalha de bronze no judô.
"Meu coração está com todos os reféns e com todas as famílias que perderam seus queridos", afirmou o atleta, sem responder a pergunta que havia sido feita: se ele autografou ou não um dos foguetes lançados contra Gaza. O atleta chegou a publicar a foto nas redes sociais, mas deletou depois.
Apoiar a guerra é um dos argumentos usados pelo comitê olímpico para banir atletas russos. O técnico do israelense, Oren Smadja, perdeu um filho, que lutava em Gaza, pouco antes dos jogos, mas decidiu vir a Paris.
Do outro lado, os palestinos têm apenas oito atletas, com pouca chance de medalha. Mas não é só isso que eles buscam aqui. "Minha missão é vir aqui representar um povo oprimido", conta o nadador Yazan Al-Bawwab.
Vários atletas palestinos, como o jogador de futebol Mohamed Hussein Al-Sulibi, morto nesta quarta-feira (07), estão entre as quase 40 mil vítimas de Gaza.
Com o risco de que algo aconteça também em Paris, o governo não só adotou um esquema de segurança sem precedentes, como também está usando uma lei polêmica que permite à polícia limitar a circulação de pessoas consideradas suspeitas, mas sem qualquer condenação ou autorização judicial.
Muitos vêm de minorias étnicas. Um estudante de 21 anos, muçulmano e filho de um marroquino, revelou que não pode deixar o bairro dele, na periferia de Paris, e tem que se apresentar diariamente à polícia pelos próximos dois meses. "Eu não sou perigoso, sou uma vítima dessa situação", diz ele, em entrevista ao SBT Brasil.
A advogada de algumas pessoas colocadas em prisão domiciliar afirma que a medida é arbitrária e, em muitos casos, sem critério claro. O governo defende as restrições como medida de segurança.








