Papa Leão XVI critica tratamento de imigrantes nos EUA: "Desumano"
Pontífice questionou se medidas da gestão Trump são compatíveis com ensinamentos pró-vida da Igreja Católica

Camila Stucaluc
O papa Leão XVI criticou, na terça-feira (30), as políticas de imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ao classificar como “desumano” o tratamento de imigrantes no país, o pontífice questionou se as medidas estão de acordo com os princípios pró-vida defendidos pela Igreja Católica.
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“Alguém que diz que é contra o aborto, mas concorda com o tratamento desumano de imigrantes nos Estados Unidos, não sei se isso é pró-vida”, disse o papa, que é norte-americano. Ele havia sido questionado sobre a decisão da arquidiocese de Chigado de conceder um prêmio ao senador de Illinois Dick Durbin, defensor do aborto.
Apesar de ser mais reservado em comparação ao seu antecessor, o falecido papa Francisco, essa não é a primeira vez que Leão XVI critica a política imigratória de Trump. Antes de ser eleito pelo conclave, ele havia se mostrado contra a deportação forçada de imigrantes ilegais no país. Já à frente da Igreja Católica, destacou a importância do respeito à dignidade dos imigrantes.
O tema também foi pauta durante entrevista com a jornalista Elise Allen. Na conversa, Leão XVI disse que “algumas coisas acontecendo nos Estados Unidos são preocupantes” e que “às vezes as decisões são tomadas mais com base na economia do que na dignidade e no apoio humano”.
Políticas imigratórias
A declaração do papa Leão XVI acontece em meio ao endurecimento das políticas anti-imigração promovidas pelo governo de Donald Trump. O reforço nas fiscalizações e detenção de imigrantes ilegais, muitas vezes de forma agressiva, vem provocando revolta em parte da população, que já protestou sobre o tema.
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Foi o caso da Califórnia, que, em junho, promoveu uma série de manifestações depois que agentes do Departamento de Imigração e Alfândega realizaram dezenas de detenções migratórias em Los Angeles. Os atos terminaram em confrontos entre manifestantes e policiais, o que fez Trump determinar o envio da Guarda Nacional para proteger propriedades e funcionários federais, incluindo agentes de imigração.