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ONU realiza reunião de emergência para discutir massacre na Síria

Conflito entre milícias e governo deixou mais de mil mortos desde quinta (6). Itamaraty repudia violência e diz que não há registro de brasileiros entre vítimas

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Rebeldes sírios derrubaram a ditadura de Bashar-Al Assad e tomaram o poder | Reprodução
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O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta segunda-feira (10), a pedido da Rússia e dos Estados Unidos, para discutir a crescente onda de violência na Síria. Desde a última quinta-feira (7), mais de mil civis foram mortos no país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, organização britânica que monitora o conflito.

A escalada da violência começou com um ataque contra forças do governo, desencadeando batalhas nas ruas de duas cidades da região costeira. Milícias ligadas ao antigo regime enfrentaram o grupo que assumiu o poder, resultando em confrontos intensos.

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O massacre teve como alvo a minoria alauíta, ramo do islamismo ao qual pertencia o ex-ditador Bashar al-Assad e cerca de 10% da população síria. As forças de segurança e facções sunitas, que compõem a maioria muçulmana do país, não apenas retaliaram contra as milícias, mas também atacaram civis alauítas, destruindo casas e veículos e executando indiscriminadamente homens, mulheres e crianças desarmados.

O episódio é considerado um dos piores massacres desde o início da guerra civil na Síria, há 14 anos. O novo governo, que havia prometido proteger minorias e manter o país unido, agora enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de cumprir tais compromissos. A crise ocorre poucas semanas após o Reino Unido e a União Europeia suspenderem sanções impostas ao país durante o regime de Assad.

Diante da situação, o presidente interino Ahmad al-Sharaa, da maioria sunita, anunciou a criação de um comitê para investigar o massacre e reiterou o compromisso de proteger as minorias. No entanto, há dúvidas sobre o controle do governo sobre todas as forças que o apoiam.

A comunidade internacional agora aguarda ações concretas do governo sírio para punir os responsáveis pelo massacre, mesmo que estejam entre seus aliados.

Governo brasileiro

O Itamaraty emitiu uma nota demonstrando preocupações com a escalada da violência na Síria. No texto, o órgão do governo brasileiro expressa "forte preocupação" com os incidentes violentos ocorridos, entre 6 e 9 de março, nas províncias de Lataquia e Tartus, e repudia o" recurso à violência, sobretudo contra civis".

O governo brasileiro transmitiu condolências aos familiares das vítimas e pede que as partes envolvidas façam um "exercício da contenção" e reiterou sua posição em favor de "transição política pacífica e inclusiva, com respeito da independência, unidade, soberania e integridade territorial da Síria".

Ainda de acordo com o Itamaraty, não há registro de brasileiros entre as vítimas. Por meio do portal consular, o Brasil atualizou o alerta recomendando aos nacionais não viajar à Síria e, caso estejam no país, a adotar as indicações de segurança das autoridades locais.

A nota diz ainda que a Embaixada do Brasil em Damasco permanece em contato com representantes da comunidade brasileira na Síria para questões emergenciais.

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